Neste mês vocacional, apresentamos um texto interessante de um educador católico que elucida o significado destes dois termos diferentes, mas que estão essencialmente conectados. Acompanhe:
Por José Braga
Educador, Graduado em Teologia e especialista em Ciências da Religião- Atualmente, é coordenador pedagógico do Colégio Marista de Salvador
Quando se fala de um jeito cristão de educar, podemos parafrasear o evangelho de João e dizer: “No princípio era o amor”. Sim. No princípio de todo processo educacional cristão está a experiência de um Deus que ama. É da consciência de que se é amado por Deus e de que Ele ama muito cada criança e cada jovem é que nasce esse jeito de agir.
Para muitos educadores que se tornaram santos católicos, verdadeiros educadores são aqueles que, convictos desse princípio, se dedicam a ajudar crianças e jovens a tomarem consciência desse amor. Com estilo simples de ser, presença significativa, Maria de Nazaré é a referência de educadora, pois formadora do próprio Cristo. Essencialmente, assume-se Jesus de Nazaré como aquele que dá sentido às vidas de tais educadores. Por isso insistem tanto em “tornar Jesus Cristo conhecido e amado”, pois isso é ajudar as pessoas a descobrirem o sentido da vida.
Dar respostas concretas a uma intuição espiritual é tocar o tema da vocação. Todos recebem, segundo a filosofia cristã, um chamado vocacional. Quem o faz é Deus, mas a decisão é sempre de cada um e cada uma. A descoberta de uma vocação é o oferecimento de um sentido à vida.
Invarialvelmente, decisões vocacionais provocam aquele frio na barriga, aquele medinho (ou medão, quem sabe!?) que fazem sair da zona de conforto. Tem a ver optar por algumas coisas e deixar para trás outras tantas. Às vezes se pensa que tais chamados só são para daqui a um tempo. Dois, três, cinco anos. Não. O chamado vocacional parece ter sempre uma implicação no “aqui” e “agora”. Inclusive para as crianças.
Sabe aquela perguntinha marota: “que você quer ser quando crescer?”. Pois é. É isso, sim. Mas muito, muito mais.
Não que essa não seja uma pergunta legítima. Mas - dizem os educadores católicos - não dá mais para confundir profissão com vocação. A primeira é apenas uma dimensão desta última. Vocação é “chamado”. Profissão é “meio” para responder ao chamado.
Uma educação autenticamente inspirada em Cristo não prescinde de um bom e efetivo Projeto Pessoal de Vida. Bem concebido, elaborado, construído e periodicamente revisado. Só assim "vocação x profissão" deixará de parecer uma dicotomia.
Serão como vasos comunicantes. Daqueles que fazem pulsar coração.
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