FORMAÇÃO

O que é Dogma?


Ensinamento ou doutrina proposta com autoridade e explicitamente pela Igreja como revelada por Deus, exigindo-se a crença do Povo de Deus. Um dogma pode ser proposto pela Igreja numa proclamação solene (por exemplo, o dogma da Imaculada Conceição) ou através do magistério ordinário (por exemplo, a verdade de que a vida do ser humano inocente é inviolável).
"Os dogmas são luzes no caminho da nossa fé, que o iluminam e o tornam seguro."
Há algumas verdades doutrinárias na Igreja Católica que são estabelecidas como "dogmas da fé", ou seja, nenhum católico que queira continuar católico pode negar ou mudar aquilo.
Isso é muito bom, por dois motivos: dão uma segurança incrível à nossa fé e impede que a Igreja Católica fique esfacelada como muitas outras religiões em que a interpretação das escrituras é plenamente livre e arbitrária.
Creia no que a Igreja ensina e tente saber a opinião correta que ela dá sobre este ou aquele assunto.
A Igreja Católica proclama a existência de muitos dogmas, sendo 43 o número dos principais. Eles estão subdivididos em 8 categorias diferentes:
  • Dogmas sobre Deus
  • Dogmas sobre Jesus Cristo
  • Dogmas sobre a criação do mundo
  • Dogmas sobre o ser humano
  • Dogmas marianos
  • Dogmas sobre o Papa e a Igreja
  • Dogmas sobre os sacramentos
  • Dogmas sobre as últimas coisas

  • Fonte: Caminho de vida - Preparação para a Crisma Livro 2. Autor Padre Alfieri Eduardo Bompani. Editora Santuário. | Wikipédia

    Dogmas sobre Deus

    A Existência de Deus
    "A idéia de Deus não é inata em nós, mas temos a capacidade para conhecê-lo com facilidade, e de certo modo espontaneamente por meio de Sua obra."
    A Existência de Deus como Objeto de Fé
    "A existência de Deus não é apenas objeto do conhecimento da razão natural, mas também é objeto da fé sobrenatural."
    A Unidade de Deus
    "Não existe mais que um único Deus."
    Deus é Eterno
    "Deus não tem princípio nem fim."
    Santíssima Trindade
    "Em Deus há três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; e cada uma delas possui a essência divina que é numericamente a mesma."

    Dogma sobre Jesus Cristo

    Jesus Cristo é verdadeiro Deus e filho de Deus por essência
    "O dogma diz que Jesus Cristo possui a infinita natureza divina com todas suas infinitas perfeições, por haver sido engendrado eternamente por Deus."
    Jesus possui duas naturezas que não se transformam nem se misturam
    "Cristo é possuidor de uma íntegra natureza divina e de uma íntegra natureza humana: a prova está nos milagres e no padecimento."
    Cada uma das naturezas em Cristo possui uma própria vontade física e uma própria operação física
    "Existem também duas vontades físicas e duas operações físicas de modo indivisível, de modo que não seja conversível, de modo inseparável e de modo não confuso."
    Jesus Cristo, ainda que homem, é Filho natural de Deus.
    "O Pai celestial quando chegou a plenitude, enviou aos homens seu Filho, Jesus Cristo."
    Cristo imolou-se a si mesmo na cruz como verdadeiro e próprio sacrifício
    "Cristo, por sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e oferenda, mas por sua natureza Divina, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, era o que recebia o sacrifício."
    Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do sacrifício de sua morte na cruz
    "Jesus Cristo quis oferecer-se a si mesmo a Deus Pai, como sacrifício apresentado sobre a ara da cruz em sua morte, para conseguir para eles o eterno perdão."
    Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou glorioso dentre os mortos
    "ao terceiro dia, ressuscitado por sua própria virtude, se levantou do sepulcro."
    Cristo subiu em corpo e alma aos céus e está sentado à direita de Deus Pai
    "ressuscitou dentre os mortos e subiu ao céu em Corpo e Alma."

    Dogma sobre a Criação do mundo

    Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do Nada
    "A criação do mundo do nada, não apenas é uma verdade fundamental da revelação cristã, mas também que ao mesmo tempo chega a alcançá-la a razão com apenas suas forças naturais, baseando-se nos argumentos cosmológicos e sobretudo na argumento da contingência."
    Caráter temporal do mundo
    "O mundo teve princípio no tempo."
    Conservação do mundo
    "Deus conserva na existência a todas as coisas criadas."

    Dogma sobre o Ser Humano

    O homem é formado por corpo material e alma espiritual
    "O humano como comum constituída de corpo e alma."
    O pecado de Adão se propaga a todos seus descendentes por geração, não por imitação
    "Pecado, que é morte da alma, se propaga de Adão a todos seus descendentes por geração e não por imitação, e que é inerente a cada indivíduo."
    O homem caído não pode redimir-se a si próprio
    "Somente um ato livre por parte do amor divino poderia restaurar a ordem sobrenatural, destruída pelo pecado."

    Dogmas Marianos

    A Imaculada Conceição de Maria.
    "A Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, foi por singular graça e privilégio de Deus omnipotente em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano, preservada imune de toda mancha de culpa original."
    A Perpétua Virgindade de Maria
    "A Santíssima Virgem Maria é virgem antes, durante e depois do parto de seu Divino Filho, sendo mantida assim por Deus até a sua gloriosa Assunção."
    Maria, Mãe de Deus
    "Maria, como uma virgem perpétua, gerara a Cristo segundo a natureza humana, mas quem dela nasce, ou seja, o sujeito nascido não é uma pessoa humana pois é a pessoa eterna do Verbo que recebeu de Maria a natureza humana. Daí que o Filho de Maria é propriamente o Verbo que subsiste na natureza humana; então Maria é verdadeira Mãe de Deus, posto que o Verbo é Deus. Cristo: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem."
    A Assunção de Maria
    "A Virgem Maria foi assumpta ao céu imediatamente depois que acabou sua vida terrena; seu Corpo não sofreu nenhuma corrupção como sucederá com todos os homens que ressuscitarão até o final dos tempos, passando pela decomposição."

    Dogmas sobre o Papa e a Igreja


    A Igreja foi fundada pelo Deus e Homem, Jesus Cristo
    "Cristo fundou a Igreja, que Ele estabeleceu os fundamentos substanciais da mesma, no tocante a doutrina, culto e constituição."
    Cristo constituiu o Apóstolo São Pedro como primeiro entre os Apóstolos e como cabeça visível de toda Igreja, conferindo-lhe imediata e pessoalmente o primado da jurisdição
    "O Romano Pontífice é o sucessor do bem-aventurado Pedro e tem o primado sobre todo rebanho."
    O Papa possui o pleno e supremo poder de jurisdição sobre toda Igreja, não somente em coisas de fé e costumes, mas também na disciplina e governo da Igreja
    "Conforme esta declaração, o poder do Papa é: de jurisdição, universal, supremo, pleno, ordinário, episcopal, imediato."
    O Papa é infalível sempre que se pronuncia ex cathedra.
    "Para compreender este dogma, convém ter na lembrança:
    Sujeito da infalibilidade papal é todo o Papa legítimo, em sua qualidade de sucessor de Pedro e não outras pessoas ou organismos (ex.: congregações pontificais) a quem o Papa confere parte de sua autoridade magistral."
    O objeto da infalibilidade são as verdades de fé e costumes, reveladas ou em íntima conexão com a revelação divina.
    A condição da infalibilidade é que o Papa pronuncie ex catedra e só quando pronuncia "ex catedra".
    - Que fale como pastor e mestre de todos os fiéis fazendo uso de sua suprema autoridade.
    - Que tenha a intenção de definir alguma doutrina de fé ou costume para que seja acreditada por todos os fiéis. As encíclicas pontificais não são definições ex catedra, mas também não podem estar em contradição com o Magistério Ordinário Universal.
    A razão da infalibilidade é a assistência sobrenatural do Espírito Santo, que preserva o supremo mestre da Igreja de todo erro.
    A conseqüência da infalibilidade é que a definição ex catedra dos Papas sejam por si mesmas irreformáveis, sem a intervenção ulterior de qualquer autoridade."
    A Igreja é infalível quando faz definição em matéria de fé e costumes
    "Estão sujeitos à infalibilidade:
    - O Papa, quando fala ex catedra.
    - O episcopado pleno, com o Papa, que é a cabeça do episcopado, é infalível quando reunido em concílio ecuménico ou disperso pelo rebanho da terra, ensina e promove uma verdade de fé ou de costumes que sempre foi ensinada pela Igreja.

    Dogmas sobre os Sacramentos

    O Batismo é verdadeiro Sacramento instituído por Jesus Cristo
    "Foi dado todo poder no céu e na terra; ide então e ensinai todas as pessoas, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo."
    A Confirmação é verdadeiro e próprio Sacramento
    "Este Sacramento concede aos batizados a fortaleza do Espírito Santo para que se consolidem interiormente em sua vida sobrenatural e confessem exteriormente com valentia sua fé em Jesus Cristo."
    A Igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os pecados cometidos após o Batismo
    "Foi comunicada aos Apóstolos e a seus legítimos sucessores o poder de perdoar e de reter os pecados para reconciliar aos fiéis caídos depois do Batismo."
    A Confissão Sacramental dos pecados está prescrita por Direito Divino e é necessária para a salvação
    "Basta indicar a culpa da consciência apenas aos sacerdotes mediante confissão secreta."
    A Eucaristia é verdadeiro Sacramento instituído por Cristo
    "Aquele que come Minha Carne e bebe Meu Sangue tem a vida eterna."
    Cristo está presente no sacramento do altar pela Transubstanciação de toda a substância do pão em seu corpo e toda substância do vinho em seu sangue
    "Transubstanciação é uma conversão no sentido passivo; é o trânsito de uma coisa a outra. Cessam as substâncias de Pão e Vinho, pois sucedem em seus lugares o Corpo e o Sangue de Cristo. A Transubstanciação é uma conversão milagrosa e singular diferente das conversões naturais, porque não apenas a matéria como também a forma do pão e do vinho são convertidas; apenas os acidentes permanecem sem mudar: continuamos vendo o pão e o vinho, mas substancialmente já não o são, porque neles está realmente o Corpo, o Sangue, Alma e Divindade de Cristo."
    A Unção dos enfermos é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo
    "Existe algum enfermo entre nós? Façamos a unção do mesmo em nome do Senhor."
    A Ordem é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo
    "Existe uma hierarquia instituída por ordenação Divina, que consta de Bispos, Presbíteros e Diáconos."
    O matrimónio é verdadeiro e próprio Sacramento
    "Cristo restaurou o matrimónio instituído e bendito por Deus, fazendo que recobrasse seu primitivo ideal da unidade e indissolubilidade e elevando-o a dignidade de Sacramento."

    Dogma sobre as ultimas coisas

    A Morte e sua origem
    "A morte, na atual ordem de salvação, é consequência primitiva do pecado."
    O Céu (Paraíso)
    "As almas dos justos que no instante da morte se acham livres de toda culpa e pena de pecado entram no céu."
    O Inferno
    "O inferno é uma possibilidade graças a nossa liberdade. Deus nos fez livres para amá-lo ou para rejeitá-lo. Se o céu pode ser representado como uma grande ciranda onde todos vivem em plena comunhão entre si e com Deus, o inferno pode ser visto como solidão, divisão e ausência do amor que gera e mantém a vida. Deve-se salientar que a vontade de Deus é a vida e não a morte de quem quer que seja. Jesus veio para salvar e não para condenar. No limite, Deus não condena ninguém ao inferno. É a nossa opção fundamental, que vai se formando ao longo de toda vida, pelas nossos pensamentos, atos e omissões, que confirma ou não o desejo de estar com Deus para sempre. De qualquer forma, não se pode usar o inferno para convencer as pessoas a acreditar em Deus ou a viver a fé. Isso favorece a criação de uma religiosidade infantil e puramente exterior. Deve-se privilegiar o amor e não o temor. Só o amor move os corações e nos faz adorar a Deus e amar o próximo em espirito e vida."
    O Purgatório
    "As almas dos justos que no instante da morte estão agravadas por pecados veniais ou por penas temporais devidas pelo pecado vão ao purgatório. O purgatório é estado de purificação."
    O Fim do mundo e a Segunda vinda de Cristo
    "No fim do mundo, Cristo, rodeado de majestade, virá de novo para julgar os homens."
    A Ressurreição dos Mortos no Último Dia
    "Aos que crêem em Jesus e comem de Seu corpo e bebem de Seu sangue, Ele lhes promete a ressurreição."
    O Juízo Universal
    "Cristo, depois de seu retorno, julgará a todos os homens."


    Fonte: Católico Orante



     O rito judaico da Circuncisão.Entenda seu significado religioso.


    A circuncisão, no povo de Israel, consistia em um talhe de pele praticado em todo indivíduo masculino oito dias após o seu nascimento. O Senhor Deus houve por bem impô-lo a Abraão (séc. XVIII a. C.) e a seus descendentes como sinal da Aliança travada com este Patriarca (cf. Gên 17,9-14). Tal devia ser a importância desse rito na legislação de Israel que o varão incircunciso havia de ser considerado como prevaricador da Aliança.
    Consciente disto, o rei sírio Antioco IV Epifanes em 167-164 a.C., querendo desviar da religião revelada o povo de Israel, lhe proibiu a praxe da circuncisão (1 Mac 1, 51.63s2 Mac 6,10). Os judeus que então frequentavam os teatros e ginásios dos pagãos, eram objeto de escárnio público; para evitá-lo, não poucos apostataram da fé, cancelando, mediante operação adequada, o sinal da circuncisão existente em sua pele (cf. 1 Mac 1,15s).
    A respeito do modo de executar a circuncisão, sabe-se que podia ser praticada mediante lâminas de pedra (cf. Ex 4,24-26; Jos 5,3); o seu ministro habitual era o pai da criança ao menos nos inícios da história de Israel (cf. Gn 17,12s; 21,4). No judaísmo posterior, ou seja, nos tempos de Cristo, havia um oficial especialmente designado para cumprir o rito, que obedecia ao seguinte cerimonial:
    A circuncisão se dava geralmente em uma sinagoga, na presença do um mínimo de dez testemunhas e geralmente de manhã. Dois assentos eram preparados no recinto sagrado: um para o padrinho do candidato, o outro para o profeta Elias, que os rabinos imaginavam estar presente, baseando-se em uma interpretação sutil do texto de Malaquias 3,1, combinado com 3 Rs 19,10.
    Fazia-se o talhe na criança em meio a louvores e preces dirigidas a Deus. A seguir, impunha-se o nome à criança, pois o Senhor deu novo nome à Abraão quando lhe prescreveu a circuncisão (cf. Gên 17,5): de então por diante, o menino passava a fazer parte do povo de Deus e devia ser reconhecido por seu apelativo característico.
    A cerimônia terminava com uma refeição em família. Quando a criança no seu oitavo dia de vida estava doente, esperava-se a cura para fazer a operação ritual. Caso morresse antes do oitavo dia, era circuncidada em seu lençol mortuário sobre o respectivo túmulo, a fim de que não ficasse privada do sinal distintivo da aliança com Deus.
    Alguns rabinos afirmavam que o varão, trazendo a marca da circuncisão, não poderia sofrer a ruína eterna após a morte; Abraão, um anjo ou o próprio Senhor cancelariam o sinal sagrado nos pecadores que se perdessem para sempre. Rabi Levi julgava que Abraão ficava à porta da geena (região dos réprobos) a fim de colocar em todo israelita culpado um prepúcio (segmento de pele íntegra) tirado de uma criança falecida sem circuncisão (Bereschith rabba 48 [30a. 49]). — Estas proposições, por muito fantasistas que sejam, têm o valor de atestar a grande estima que Israel devotava à mencionada instituição.
    2. Qual terá sido a origem desse rito ?
    Não há dúvida, era praticado por povos anteriores a Abraão, e ainda hoje continua a ser observado pela sétima parte, aproximadamente, da população do globo…
    No Egito antigo o uso da circuncisão é documentado tanto por vestígios existentes em múmias como por baixos-relevos: assim em um túmulo do terceiro milênio a.C. na cidade de Menfis contempla-se a seguinte cena: um operador abaixado aparece a cortar o prepúcio de um jovem posto à sua frente. Dada a insuficiência de testemunhas, não se poderia dizer se a praxe era geral no vale do Nilo. Parece que, a princípio, não tinha significado religioso; veio, porém, a adquiri-lo posteriormente.
    Segundo Heródoto (II 104), os egípcios ensinaram a circuncisão aos fenícios e aos sírios da Palestina (notícia de cuja veracidade se pode duvidar, pois os gregos tendiam a exagerar a influência dos egípcios). Os árabes parecem ter recebido dos etíopes o uso da circuncisão, que eles praticavam já antes de Maomé e que, embora não seja mencionada pelo Corão, foi, juntamente com a religião maometana, transmitida aos povos da Ásia Central. Segundo Jer 9,24-26, o rito era observado igualmente por idumeus, amorreus e moabitas, ao passo que os filisteus e os assírios-babilônios não o adotavam (note-se que Abraão, oriundo da Babilônia, não fora circuncidado em sua terra natal).
    As descobertas modernas revelaram que a circuncisão estava em voga na América pré-colombiana, como ainda hoje é posta em prática por muitas tribos da África (principalmente ocidental e oriental), da Austrália, da Polinésia e da América do Sul. A par desses, porém, registram-se outros grupos étnicos que sempre se lhe mostraram refratários: assim os indo-europeus, os mongóis, os finlandeses e húngaros.
    A mor parte dos povos pratica a circuncisão nos jovens, quando entram em puberdade (os árabes a executam aos treze anos de idade, reproduzindo o que se deu em seu famoso antepassado Ismael; cf. Gên 17,25). Pode acontecer, porém, que seja aplicada a crianças recém-nascidas.
    3. E qual seria a ideologia que inspirou o rito em questão?
    A ampla propagação da circuncisão faz crer que vários foram os motivos propulsores de tal prática.
    a) Conforme Heródoto (II 37), os egípcios se circuncidavam por motivo de higiene. Esta explicação de ordem terapêutica não encontra grande acolhimento por parte dos etnólogos contemporâneos.
    b) Há quem pense tratar-se de medida destinada a favorecer a fecundidade e o ato sexual.
    c) Outros preferem explicá-la como sacrifício de primícias oferecido pelo jovem à Divindade logo que entrava na categoria dos varões ou dos guerreiros da tribo, emancipando-se dos cuidados de amas e tutoras. Em favor desta hipótese, cita-se o fato de que, entre os árabes, o rapaz a ser circuncidado se reveste de trajes femininos, que ele depõe logo após a cerimônia. A circuncisão seria assim um ato de declaração de plena virilidade.
    Poder-se-ia dizer que o conceito de «circuncisão = sacrifício de primícias oferecido a Deus» é insinuado pelo trecho de Lev 19,23s: a Lei de Moisés mandava que os primeiros frutos das árvores fossem considerados pelos israelitas como “prepúcios” ou incircuncisos, isto é, impuros, pelo espaço de três anos; a ninguém seria lícito consumi-los. No quarto ano, porém, far-se-ia a consagração de todos os frutos numa festa de louvor ao Senhor, festa que devia equivaler à circuncisão, pois de então por diante os mencionados frutos eram incorporados aos objetos de uso do povo de Deus.
    d) É possível que alguns povos pagãos tenham atribuído ao rito a função de afugentar os maus espíritos que ameaçavam a vida da criança recém-nascida.
    4. Como quer que seja, a circuncisão foi introduzida na linhagem de Abraão séc. XVIII a.C.) com sentido religioso monoteísta, estritamente depurado de qualquer vestígio de politeísmo ou superstição. Já que os israelitas, com sua mentalidade muito rude, precisavam de ser estimulados por sinais concretos, o Senhor dignou-se indicar-lhes a circuncisão qual marca e, ao mesmo tempo, incentivo de sua adesão ao único Deus. Está claro que, aos olhos do Senhor, não possuía nem possui importância o ato material de se talhar a pele; contudo, visto tratar-se de praxe tida em alto conceito pela mentalidade oriental, Javé houve por bem aproveitar-se de tal rito para avivar a consciência religiosa do povo de Israel. Mais uma vez se nos defronta aqui uma expressão da pedagogia divina no Antigo Testamento, pedagogia que, sem pactuar com o erro, sabia tomar o israelita como ele era (com suas categorias infantis de pensamento), a fim de o elevar aos poucos a um nível de filosofia mais polida.
    Esta elevação se foi efetuando principalmente por obra dos profetas de Israel (do séc. VIII em diante), que procuravam dar sentido profundamente espiritual ao rito corporal. Assim Jeremias apregoava que a circuncisão carnal não bastava e que era necessário circuncidar, isto é, purificar, o coração para agradar a Deus; circuncidar os ouvidos, isto é, abri-los docilmente, para ouvir a palavra do Senhor (Jer 4,4; 6,10; 9,24), a índole de sinal que tocava à circuncisão carnal (cf. Ez 44, 7,9). O Deuteronômio, por sua vez, exortava Israel a circuncidar o coração para amar a Deus (cf. 10,16; 30,6).
    Ensina a Teologia que a circuncisão judaica era um sacramento da antiga Lei mediante o qual os israelitas recebiam a remissão do pecado original. Era justamente pressupondo esta doutrina que São Paulo apresentava a circuncisão como figura (ou tipo) do Batismo cristão (cf. Col 2,11). Note-se, porém, que o rito vigente no Antigo Testamento não produzia seu efeito do mesmo modo que o sacramento da Paixão dc Cristo já realizada; é esta que se aplica ao cristão, quando se lhe administra o Batismo; em conseqüência, o Batismo apaga o pecado em virtude da graça mesma que ele contém. Ao contrário, à circuncisão competia ação muito menos direta; sua função era a de excitar e exprimir a fé na Paixão e nos méritos futuros do Redentor; não produzia efeito por si mesma, nem era em si portadora de graça santificante, mas constituía mero sinal da fé no Messias vindouro, fé esta que obtinha a remissão do pecado original. O adulto que se circuncidasse, fazia diretamente tal profissão de fé, ao passo que outros a proferiam em lugar da criança apresentada à circuncisão (cf. S. Tomás, S. Teol. III 70,4).
    O Senhor Jesus, oito dias após a natividade, quis submeter-se ao preceito mosaico (cf. Lc 2,21), visto que, no dizer do Apóstolo, Ele houve por bem nascer da mulher e fazer-se súdito da Lei (cf. Gál 4,4).. Estando para realizar a Redenção pela morte de cruz, quis desde a sua entrada no mundo oferecer as primícias de seu sangue. Uma vez, porém, instituído o Batismo cristão, entende-se que a circuncisão, que o prefigurava, tenha perdido a sua razão de ser. É o que o Apóstolo ensina: «No Cristo Jesus (= entre os cristãos) não tem valor nem a circuncisão nem a incircuncisão, mas apenas a fé que se exerce pela caridade» (Gál 5,6; cf, 6,15; Col 3,11).
    Não foi fácil aos cristãos convertidos do judaísmo compreender o significado categórico desta afirmação. Não poucos queriam fossem administrados a qualquer catecúmeno tanto a circuncisão judaica como o Batismo cristão (a figura e a realidade plena, tipo e antítipo, simultaneamente). Os Apóstolos, porém, reunidos em Jerusalém no ano de 49 reconheceram definitivamente a ab-rogação da circuncisão (cf.At 15, 19.28s). Após esta deliberação, ainda se fizeram ouvir vozes de «judaizantes», as quais, porém, não conseguiram prevalecer no seio da Igreja.
    A circuncisão ainda conheceu um surto efêmero no fim do séc. XII. Foi então praticada pela facção dos «Passaginos», cujo nome se derivava de «passagium», viagem, visto que se passavam provavelmente do Oriente para a Europa em séquito aos cruzados. Foram censurados pelos sínodos regionais de Verona (1184) e Benevento (1378). Ainda hoje — fato estranho — os cristãos cismáticos da Abissínia e do Egito (coptas) praticam a circuncisão, sem, porém, lhe atribuir valor religioso, dando-lhe apenas significado social e nacional.




    CREMOS NUM SÓ DEUS OU EM TRÊS DEUSES?
    Cremos num só Deus em três pessoas (trindade). Deus não é solidão, mas perfeita comunhão.
    Os cristãos não adoram três deuses diferentes, mas um único Ser que desabrocha em três, permanecendo, contudo, um. Que Deus seja trinitário sabemo-lo por Jesus Cristo: Ele, o filho, fala do seu pai que está no céu. Ele ora ao pai e concede-nos o espirito santo, que é o amor do pai do filho. Por isso, somos batizados em nome do pai do filho e do espirito santo.
    Fonte: YUOCAT (Catecismo jovem da igreja católica)



    O que são os evangelhos apócrifos?
    A palavra vem do grego e significa ‘’escondido’ ’secreto’ ’,e dai não ser autentico .Nos primeiros séculos vários textos se apesentaram  com a pretensão de ser evangelhos  autênticos.  Assim percebemos como deve ter sido difícil separa r o joio do trigo. Foram necessários séculos para chegar ao consenso de que Mateus ,Marcos ,Lucas  e Joao são os evangelhos verdadeiros .
    Os evangelhos apócrifos pretendem preencher a vida de Jesus, Maria e José com narrativas fantásticas e irreais.


     Festa da Santíssima Trindade
    Imagem de Destaque

    Só existe um Deus, mas nEle há três Pessoas divinas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo
    O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Deus se revelou como Pai, Filho e Espírito Santo. Foi Nosso Senhor Jesus Cristo quem nos revelou este mistério. Ele falou do Pai, do Espírito Santo e d'Ele mesmo como Deus. Logo, não é uma verdade inventada pela Igreja, mas revelada por Jesus. Não a podemos compreender, porque o Mistério de Deus não cabe em nossa cabeça, mas é a verdade revelada.
    Santo Agostinho (†430) dizia que: “O Espírito Santo procede do Pai enquanto fonte primeira e, pela doação eterna deste último ao Filho, do Pai e do Filho em comunhão” (A Trindade, 15,26,47). 
    Só existe um Deus, mas n'Ele há três Pessoas divinas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Não pode haver mais que um Deus, pois este é absoluto. Se houvesse dois deuses, um deles seria menor que o outro, e Deus não pode ser menor que outro, pois não seria Deus.
    A Trindade é Una. “Não professamos três deuses, mas um só Deus em três Pessoas: “A Trindade consubstancial” (II Conc. Constantinopla, DS 421). “O Pai é aquilo que é o Filho, o Filho é aquilo que é o Pai, o Espírito Santo é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus por natureza” (XI Conc. Toledo, em 675, DS 530). “Cada uma das três pessoas é esta realidade, isto é, a substância, a essência ou a natureza divina” (IV Conc. Latrão, em 1215, DS 804). 
    Santo Inácio, bispo de Antioquia (†107), mártir em Roma, afirmava: "Vós sois as pedras do templo do Pai, elevado para o alto pelo guindaste de Jesus Cristo, que é a sua cruz, com o Espírito Santo como corda" (Carta aos Efésios 9,1). 



    Tertuliano, escritor romano cristão, no ano 210: "Foi estabelecida a lei de batizar e prescrita a fórmula: 'Ide, ensinai os povos batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo'" (Do Batismo 13). 





    E o Concílio de Nicéia, ano 325, confirmou toda essa verdade: 





    "Cremos [...] em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido do Pai como Unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial com o Pai, por quem foi feito tudo que há no céu e na terra. [...] Cremos no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai, com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o qual falou pelos Profetas" (Credo de Nicéia). 


    Foto Felipe Aquino
    felipeaquino@cancaonova




    Mas o que é Pentecostes?



    Pentecostes, do grego, pentekosté, é o qüinquagésimo dia após a Páscoa. Comemora-se o envio do Espírito Santo à Igreja.

    O que é Pentecostes?

    Era para os judeus uma festa de grande alegria, pois era a festa das colheitas. Ação de graças pela colheita do trigo. Vinha gente de toda a parte: judeus saudosos que voltavam a Jerusalém, trazendo também pagãos amigos e prosélitos. Eram oferecidas as primícias das colheitas no templo. Era também chamada festa das sete semanas por ser celebrada sete semanas depois da festa da páscoa, no qüinquagésimo dia. Daí o nome Pentecostes, que significa "qüinquagésimo dia". No primeiro pentecostes, depois da morte de Jesus, cinqüenta dias depois da páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo; todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas (At 2,1-4). As primícias da colheita aconteceram naquele dia, pois foram muitos os que se converteram e foram recolhidos para o Reino. Quem é o Espírito Santo?

    O prometido por Jesus: "...ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a realização da promessa do Pai a qual, disse Ele, ouvistes da minha boca: João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias" (At 1,4-5).

    Espírito que procede do Pai e do Filho: "quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade que vem do Pai, ele dará testemunho de mim e vós também dareis testemunho..." (Jo 15 26-27). O Espírito Santo é Deus com o Pai e com o Filho. Sua presença traz consigo o Filho e o Pai. Por Ele somos filhos no Filho e estamos em comunhão com o Pai.

    Qual é sua missão: Introduzir-nos na comunhão do Filho com o Pai, santificando-nos e fazendo-nos filhos com Jesus.

    Fortalecer-nos para a missão de testemunhar e anunciar Jesus ao mundo. Para isso recebemos a plenitude de seus dons bem como a capacidade de proclamar a todos a quem somos enviados o Evangelho de Jesus. O Espírito Santo é o AMOR do Pai e do Filho derramado em nossos corações.O amor é fogo que arde, é chama que aquece e é força que aproxima e une. O milagre das línguas é este: tomados pelo amor de Deus os homens passam a viver uma profunda comunhão e entre eles se estabelece a concórdia e a paz destruída pelo orgulho de Babel, raiz da discórdia e da confusão das línguas.

    Guiar a Igreja nos caminhos da história para que ela permaneça fiel ao Senhor e encontre sempre de novo os meios de anunciar eficazmente o Evangelho. E isto o Espírito Santo o faz assistindo os pastores, derramando seus carismas sobre todo o Povo e a todos sustentando na missão de testemunhar o Evangelho. É pelo Espírito Santo que Jesus continua presente e atuante na sua Igreja.

    Quem O recebe?

    Todos os que são batizados e crismados.

    Quem dele vive? Somente aqueles que procuram guardar a Palavra do Senhor no esforço de conversão, na oração e no empenho em testemunhar e anunciar o Evangelho de Jesus.

    Quem crê no Espírito Santo e procura viver Dele, é feliz. Amém.



    "O que é a Sexta-Feira Santa?"



     Sexta-feira Santa é a sexta-feira bem antes do domingo de Páscoa. É comemorada tradicionalmente como o dia em que Jesus foi crucificado. Se você está interessado em um estudo do assunto, consulte o nosso artigo que discute as diferentes posições sobre o dia em que Jesus foi crucificado. Supondo que Jesus foi crucificado e morreu em uma sexta-feira, devem os cristãos lembrar-se da morte de Jesus através da celebração da Sexta-Feira Santa?





    A Bíblia não instrui os Cristãos a honrar um determinado dia em memória da morte de Cristo. No entanto, a Bíblia nos dá liberdade a fazer decisões sobre esses assuntos. Romanos 14:5 nos diz: "Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente." Ao invés de lembrar-nos da morte de Cristo em um determinado dia, uma vez por ano, a Bíblia nos ensina a celebrar a morte de Cristo através da Ceia do Senhor. I Coríntios 11:24-26 declara: "... fazei isto em memória de mim ... Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha."

    Por que a Sexta-Feira Santa é conhecida como "da Paixão"? O que as autoridades judaicas e romanas fizeram com Jesus definitivamente não foi algo bom (veja Mateus capítulos 26-27). No entanto, os resultados da morte de Cristo são muito bons e demonstram a grande Paixão de Deus por nós! Romanos 5:8 diz: "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores." I Pedro 3:18 nos diz: "Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito."

    Algumas igrejas Cristãs celebram a Sexta-Feira Santa com alguns eventos especiais, enquanto outras fazem seus cultos mais simples do que o normal através de hinos solenes, orações de agradecimento, mensagens que têm como tema o sofrimento de Cristo por nossa causa e através da observância da Ceia do Senhor. Quer ou não os cristãos escolham "celebrar" a Sexta-Feira Santa, os acontecimentos daquele dia devem estar sempre em nossas mentes porque a morte de Cristo na cruz é o acontecimento fundamental da fé Cristã.




    O que é a Quinta-feira Santa?




     Quinta-feira Santa é a quinta-feira da Semana Santa, um dia antes da Sexta-Feira da Paixão (a quinta-feira antes da Páscoa). Quinta-feira Santa é o nome dado ao dia em que Jesus celebrou a Páscoa judaica com Seus discípulos, esse evento também é conhecido como a Última Ceia. Dois eventos importantes são o foco da Quinta-Feira Santa.

    Em primeiro lugar, Jesus celebrou a Última Ceia com Seus discípulos e assim instituiu a Ceia do Senhor, também chamada de Comunhão (Lucas 22:19-20). Algumas igrejas Cristãs celebram um culto de comunhão especial na Quinta-Feira Santa em memória da Última Ceia de Jesus com seus discípulos. Em segundo lugar, Jesus lavou os pés dos discípulos como um ato de humildade e serviço, criando assim um exemplo de que devemos amar e servir um ao outro em humildade (João 13:3-17). Algumas igrejas Cristãs realizam uma cerimônia de lavagem de pés na Quinta-Feira Santa para comemorar Jesus lavando os pés dos Seus discípulos.

    A quinta-feira santa também se refere ao comando que Jesus deu aos discípulos na Última Ceia, o de que eles deveriam amar e servir uns aos outros. Devemos celebrar a Quinta-feira Santa? A Bíblia não proíbe nem comanda. É uma coisa boa lembrar-se da Última Ceia e do sacrifício de Jesus a nosso favor. É uma coisa boa lembrar-se do exemplo de humildade do Senhor. No entanto, ao mesmo tempo, devemos evitar os rituais vazios de feriados a menos que sejam verdadeiramente centrados em Deus e no nosso relacionamento com Ele.

    "O que é o Domingo de Ramos?"


    Domingo de Ramos é o dia em que celebramos a "entrada triunfal" de Jesus em Jerusalém, exatamente uma semana antes da sua ressurreição (Mateus 21:1-11). Cerca de 450-500 anos antes, o profeta Zacarias havia profetizado: "Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta" (Zacarias 9:9). Mateus 21:7-9 registra o cumprimento dessa profecia: "...trouxeram a jumenta e o jumentinho. Então, puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Jesus montou. E a maior parte da multidão estendeu as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, espalhando-os pela estrada. E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!" Este evento aconteceu no domingo antes da crucificação de Jesus.

    Em memória deste evento é que nós celebramos o Domingo de Ramos. Este dia tem esse nome por causa dos ramos de palmeira que foram colocados na estrada enquanto Jesus montava no jumento em Jerusalém. Domingo de Ramos foi o cumprimento das "setenta semanas" do profeta Daniel: "Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos"(Daniel 9:25). João 1:11 nos diz: "Ele Veio para o que era seu, e os seus não o receberam". As mesmas multidões que gritaram "Hosana" agora estavam gritando "Crucifica-o" cinco dias depois (Mateus 27:22-23)




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    O sacramento da unção dos enfermos



    Une intimamente o doente a Cristo

    No ritual da unção dos enfermos encontra-se a seguinte petição a Deus: “Por esta santa unção e pela Sua infinita misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados, Ele te salve e, na Sua misericórdia, alivie os teus sofrimentos”. Esta oração contém o objeto central desse sacramento, ou seja, confere a ele uma graça especial que une mais intimamente o doente a Cristo.

    Jesus veio para revelar o amor de Deus. Frequentemente faz isso nas áreas e situações em que nos sentimos especialmente ameaçados em função da fragilidade de nossa vida, devido às doenças, morte, etc.. Deus Pai quer que nos tornemos saudáveis no corpo e na alma e reconheçamos nisso a instauração do Reino d'Ele. Por vezes, só com a experiência da enfermidade percebemos que precisamos do Senhor mais do que tudo. Não temos vida, a não ser em Cristo. Por isso os doentes e os pecadores têm um especial instinto para perceber o que é essencial.

    No Antigo Testamento, o homem doente experimenta os seus limites e, ao mesmo tempo, percebe que a doença está ligada misteriosamente ao pecado. Os profetas intuíram que a enfermidade poderia ter também um valor redentor em relação aos próprios pecados e aos dos outros. Assim, a doença era vivida diante de Deus, do qual o homem implorava a cura. No Novo Testamento eram os enfermos que procuravam a proximidade de Jesus, procurando “tocá-Lo, pois d'Ele saía uma força que a todos curava” (Lc 6,19). A compaixão de Jesus Cristo pelos doentes e as numerosas curas de enfermos são um claro sinal de que, com Ele, chegou o Reino de Deus e a vitória sobre o pecado, o sofrimento e a morte. Com a Paixão e Morte o Senhor dá um novo sentido ao sofrimento, o qual, se for unido ao d'Ele, pode ser meio de purificação e de salvação para nós e para os outros.

    A Igreja, tendo recebido do Senhor a ordem de curar os enfermos, procura pôr isso em prática com os cuidados para com os doentes, acompanhados da oração de intercessão. Ela possui, sobretudo, um sacramento específico em favor dos enfermos, instituído pelo próprio Cristo e atestado por São Tiago: «Quem está doente, chame a si os presbíteros da Igreja e rezem por ele, depois de o ter ungido com óleo no nome do Senhor» (Tg 5,14-15).

    Desta forma, o sacramento da unção dos enfermos pode ser recebido pelo fiel que começa a se sentir em perigo de morte por doença ou velhice. O mesmo fiel pode recebê-lo também outras vezes se a doença se agravar ou então no caso doutra enfermidade grave. A celebração desse sacramento, se possível, deve ser precedida pela confissão individual do doente. A celebração deste sacramento consiste essencialmente na unção com óleo benzido, se possível, pelo bispo, na fronte e nas mãos do enfermo (no rito romano, ou também noutras partes do corpo segundo outros ritos), acompanhada da oração do sacerdote, que implora a graça especial desse sacramento. Ele só pode ser administrado pelos sacerdotes (bispos ou presbíteros).

    Este sacramento confere uma graça especial que une mais intimamente o doente à Paixão de Cristo, para o seu bem e de toda a Igreja, dando-lhe conforto, paz, coragem, e também o perdão dos pecados, se ele não puder se confessar. E consente, por vezes, se for a vontade de Deus, também a recuperação da saúde física do fiel. Em todo o caso, essa unção prepara o enfermo para a passagem à Casa do Pai. Por isso, concede-lhe consolação, paz, força e une profundamente a Cristo o doente que se encontra em situação precária e em sofrimento. Tendo em vista que Senhor passou pelas nossas angústias e tomou sobre Si as nossas dores.

    Muitos doentes têm medo desse sacramento, e adiam-no para o fim, porque pensam se tratar de uma espécie de “sentença de morte”. No entanto, é o contrário disso: a unção dos enfermos é uma espécie de “seguro de vida”. Quem, como cristão, acompanha um enfermo deve libertá-lo desse falso temor. A maior parte das pessoas que está em risco de vida tem a intuição de que nada mais é importante nesse momento do que a confiança imediata e incondicional Àquele que superou a morte e é a própria Vida: Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.


    O significado da Quaresma para nós Cristãos



    A quaresma tem seu inicio na quarta-feira de cinzas e seu término ocorre na Sexta-feira santa, até a celebração da Missa da Ceia do Senhor Jesus Cristo com os doze apóstolos... os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.A quaresma vai a até a páscoa quando o Senhor ressucita.
    Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa penitência. O roxo no tempo da quaresma não significa luto e sim simboliza que a igreja está se preparando espiritualmente para a grande festa da páscoa, a ressurreição de Jesus Cristo.
    Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.

    QUARENTA DIAS

    O tempo da quaresma é de quarenta dias, porém em dias corridos somam quarenta e sete pois, de acordo com o cristianismo, o domingo, que já é dedicado como o dia do Senhor, durante a quaresma não é contado. Após esse período, se inicia o Tríduo Pascal, que termina noDomingo de Páscoa. Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer. Antes de iniciar sua vida pública, logo após ter sido batizado por João no rio Jordão, Jesus passou 40 dias no deserto. Esse retiro de Jesus mostra a necessidade que ele teve em se preparar para a missão que o esperava. Contam os Evangelhos que no deserto Jesus era conduzido pelo Espírito, o que quer significar que vivia em oração e recolhimento, discernindo a vontade de Deus para sua vida e como atuaria a partir de então. No tempo que passou no deserto Jesus teve uma profunda experiência de encontro com o Pai. E, tendo vivido intensamente esse encontro, foi tentado pelo diabo.As tentações que Jesus viveu são apresentadas como aquelas que também os cristãos precisam viver. É por isso então, que os cristãos realizam uma penitência de quarenta dias, chamada quaresma.

    TEMPO DE ORAÇÃO

    A Quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja Católica,  marcam para preparar os fiéis para a grande festa da Páscoa. Durante este período, os seus fiéis são convidados a um período de penitência e meditação, por meio da prática do jejum, da esmola e da oração. Ao longo deste período, sobretudo na liturgia do domingo, é feito um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que pretendem viver como filhos de Deus.
    A Igreja Católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na Quarta-feira de Cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma consequência da penitência.






    O que é Doutrina Social da Igreja?



    Para podermos bem compreender o que é a doutrina social da Igreja precisamos nos valer do magistério do Papa bem-aventurado João Paulo II: «A doutrina social da Igreja não é uma 'terceira via' entre capitalismo liberalista e coletivismo marxista, nem sequer uma possível alternativa a outras soluções menos radicalmente contrapostas: ela constitui por si mesma uma categoria. Não é tampouco uma ideologia, mas a formulação acurada dos resultados de uma reflexão atenta sobre as complexas realidades da existência do homem, na sociedade e no contexto internacional, à luz da fé e da tradição eclesial.
    A sua finalidade principal é interpretar estas realidades, examinando a sua conformidade ou desconformidade com as linhas do ensinamento do Evangelho sobre o homem e sobre a sua vocação terrena e, ao mesmo tempo, transcendente; visa, pois, orientar o comportamento cristão. Ela pertence, por conseguinte, não ao domínio da ideologia, mas da teologia e especialmente da teologia moral» (Encíclica Sollicitudo Rei Socialis, n. 41).
    João Paulo II procurou aqui deixar bem claro que a doutrina social da Igreja não é uma espécie do gênero que abrange o liberalismo e o socialismo. Este e aquele são ideologias, mas a doutrina social da Igreja é outra coisa. Como diz o Papa polonês, a doutrina social da Igreja «não é uma ideologia, mas a formulação acurada dos resultados de uma reflexão atenta sobre as complexas realidades da existência do homem, na sociedade e no contexto internacional, à luz da fé e da tradição eclesial».
    Observem a radical dicotomia que faz o saudoso Pontífice na passagem que citamos da encíclica: de um lado, ele separa as ideologias; no lado oposto, ele coloca os resultados de uma reflexão sobre a realidade do homem e da sociedade. Efetivamente, este é o denominador comum das ideologias: elas não partem da realidade das coisas, mas de princípios arbitrários e relativos, abstratistas e parciais, artificiais e preconcebidos, postos pelo ideólogo como indiscutíveis.
    As ideologias impõem-se mais pela adesão coletiva e pela coerência do sistema do que pela evidência dos seus princípios. Apesar de serem falsos ou parciais os princípios da ideologia, deles se tiram conclusões lógicas, harmônicas umas com as outras, de modo que essa coerência produz uma falsa impressão de verdade, constituindo forte motivo de convencimento. Além disso, ideologias se desenvolvem e disseminam por meio de grupos e movimentos coletivos. O fato de um número grande de pessoas compartilharem as mesmas crenças também passa a falsa impressão de serem verdadeiras. Nesse sentido, é significativo que Joseph Goebbels, um dos ideólogos do nazismo hitleriano, tenha dito que “uma mentira repetida mil vezes se torna verdade”.
    Assim, o traço essencial da atitude ideológica é conceder maior importância às ideias do que às coisas. Isso por si só constitui um sintoma de desnaturação do intelecto, eis que as ideias são os instrumentos pelos quais devemos chegar às próprias coisas. Na ideologia, as ideias tornam-se fins em si mesmas, adquirem valor independente das coisas a que se referem, tomando vida própria. Os militantes de uma ideologia, destarte, procuram impor à sociedade concreta os planos por eles concebidos em seu universo subjetivo, forçando a realidade a que se adapte a esquemas apriorísticos, sem correspondência na verdade das coisas.
    Subordinando o ser humano a enquadramentos artificiais e preconcebidos, as ideologias têm como resultado a discrepância entre a vida real e as instituições, o descompasso entre as fórmulas legais e a mentalidade do povo. Esse permanente conflito entre o “país legal” e o “país real” é um dos grandes males políticos da América Latina. Tudo começou após a Independência, quando as minorias dirigentes, encarregadas de organizar as novas nações, optaram por copiar modelos políticos estrangeiros, sem levar em conta uma possível inadequação dessas instituições à realidade latino-americana. Desde então, a cada nova moda ideológica que aparece na Europa ou nos Estados Unidos, nossas classes dirigentes, de esquerda ou de direita, na situação ou na oposição, se apressam a remoldar por ela todo o conjunto das nossas leis.
    Desta maneira, a doutrina social da Igreja contrapõe à política ideológica, inspirada em princípios arbitrários e preconcebidos, uma política realista, fundada na verdade do ser das coisas e num conceito exato do homem e da sociedade. Não se trata mais de forçar a realidade para que ela caiba em esquemas apriorísticos, mas de ler no próprio ser do homem os princípios que devem conduzir a sua vida social. Por isso, a doutrina social da Igreja não pode ser uma ideologia concorrente em relação ao socialismo e ao liberalismo; ela vem exatamente para superar os esquemas ideológicos, para colocar-se num plano acima das ideologias. E assim o Papa João Paulo II a definiu como sendo «a formulação acurada dos resultados de uma reflexão atenta sobre as complexas realidades da existência do homem, na sociedade e no contexto internacional, à luz da fé e da tradição eclesial».





    O QUE É EPIFANIA?

    Epifania, em grego, significa manifestação.  Jesus se manifesta e revela aos reis magos, vindo do Oriente para vê-Lo e adorá-Lo, oferecendo-Lhe ouro, incenso e mirra. Jesus quer ser conhecido e amado por todos os habitantes da terra. 
                                                    Ainda não se fechou o ciclo no Natal. Alcança novo ponto culminante na liturgia do dia 06 de janeiro. A festa desse dia ocupa, na Igreja Oriental, o lugar que o Natal ocupa entre nós. Trata-se da celebração de uma grande idéia: A Manifestação ou "Epifania do Senhor". 
                                                    Para tanto, juntam-se três acontecimentos salvíficos: as homenagens dos Reis Magos do Oriente, o Batismo de Jesus no Jordão, as Bodas de Caná.  Quer dizer, portanto, três manifestações iniciais de sua Glória.
                                                    Para epístola escolheu-se um dos trechos mais jubilosos do Livro de Isaías: 60, 1-6: "Levanta-te, Jerusalém, ilumina-te!" Deus farà brilhar a sua luz em Jerusalém, a tal ponto que os pagãos subirão para esta cidade.  Em Jesus, apareceu, de Fato, a salvação de Deus para todos, em Jerusalém e na Palestina. 
                                                    O Evangelho da missa narra o primeiro dos fatos salvíficos celebrados. É uma história que São Mateus conta no início de seu livro:  a primeira manifestação de Jesus a não-judeus. Ela é a indicação sugestiva de que também o mundo extra-israelita está envolvido na vinda de Jesus. Por via de um sinal astronômico e de uma profecia judaica, alguns magos encontraram o Menino com sua Mãe, Maria, e prestam-lhe honra real. Desde os tempos das catacumbas, tem a arte cristã representado com predileção essa cena para, por meio dela, expressar a manifestação de Jesus ao mundo inteiro.  O nome popular dessa festa é: "Dia dos Reis". 
                                                    A história dos Reis Magos tem prolongamento na matança das crianças de Belém e na fuga para o Egito.  A morte dos infantes inocentes, que derramaram seu sangue por Cristo, é celebrada dentro da oitava de Natal,  no dia 28 de dezembro.  Chama-se "Festa dos Inocentes". Quanto à fuga do Egito,  ela quer significar que Jesus, ao voltar de lá, segue também os passos de seu povo, quando este outrora marchava do Egito para a terra prometida. Mateus chama a atenção sobre esse ponto: "... para que se cumprisse que o Senhor dissera pelo profeta: "Eu chamei meu filho do Egito" (Mt 2, 15). O povo israelita já se chama "filho de Deus", mas Jesus é "O" Filho de Deus por excelência. É nele que o povo voltará definitivamente da escravidão. 
                                                    Acorramos mais uma vez ao presépio, em companhia dos reis magos, e ofereçamos também a Jesus, pelas mãos maternais de Maria Santíssima, o ouro do nosso amor, o incenso das nossas orações e a mirra das nossas mortificações e paciências. 


    A MISSA E SEU SIGNIFICADO

    “Pegando o cálice, deu graças e disse: 'Tomai este cálice e distribuí-o entre vós (...) Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: 'Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim'. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: "Este cálice é a nova aliança em meu sangue, que é derramado por vós...". (Lc 22, 17-20)

    Nessa ocasião Jesus celebrou a primeira missa. É importante notar que o Senhor pede que o cálice seja distribuído entre todos; é a partilha, a comunhão entre os presentes. Depois, Jesus diz “isto é”. Ele não disse isto representa ou significa, mas disse bem claramente “é”.
    Neste momento, no mundo inteiro é celebrada uma missa onde o pão é transformado no Corpo de Cristo e o vinho transformado em Seu Sangue, pelo poder do Espírito Santo.A Missa é a maior, a mais completa e a mais poderosa oração da qual dispõe o católico.
    Entretanto, se não conhecemos o seu valor e significado e repetimos as orações de maneira mecânica, não usufruiremos os imensos benefícios que a missa traz.
    Lembremo-nos, antes de qualquer coisa, de que somos convidados especiais. Jesus convida a cada um de nós em particular para esta festa. Preparemo-nos, portanto, de um modo muito mais cuidadoso do que para qualquer outra festa, porque nesse caso o anfitrião é Deus em pessoa.
    Ao entrar na Igreja, saibamos dar valor à graça de Deus que nos trouxe ao momento presente, abrindo nosso coração na certeza de que Deus nos ama. Ao entrar, é também importante persignar-se com água benta, pois essa é uma maneira de recordarmos o nosso Batismo e invocar a proteção e a bênção do Senhor.
    A Missa é para todos, mas a maneira de cada um participar pode ser diferente. Depende da fé que as pessoas têm. Existe quem vem à Missa para fazer pedidos a Deus, outros apenas para cumprir uma obrigação e outros com alegria e fé, para louvar e bendizer a Deus. E você porque veio à Missa? (pausa)

    Reflitamos um pouco mais sobre a forma de como cada um participa da Missa lendo a seguinte história:


    Numa certa cidade, uma bela catedral estava sendo construída. Ela era inteiramente feita de pedras, e centenas de operários moviam-se por todos os lados para levantá-la. Um dia, um visitante ilustre passou para visitar a grande construção. O visitante observou como aqueles trabalhadores passavam, um após o outro, carregando pesadas pedras, e resolveu entrevistar três deles. A pergunta foi a mesma para todos.

    - O que você está fazendo?
    - Carregando pedras, disse o primeiro.

    - Defendendo meu pão, respondeu o segundo.

    Mas o terceiro respondeu:
    - Estou construindo uma catedral, onde muitos louvarão a Deus, e onde meus filhos aprenderão o caminho do céu.

    Essa história relata que apesar de todos estarem realizando a mesma tarefa, porém a maneira de cada um realizar é diferente.
    Assim igualmente acontece com a Missa. Ela é a mesma para todos, contudo a maneira de participar é diferente, dependendo da fé e do interesse de cada um:

    - Existem os que vão para cumprir um preceito;

    - Há os que vão à Missa para fazer seus pedidos e orações;

    - E há aqueles que vão à Missa para louvar a Deus em comunhão com seus irmãos.

    Mas, por que a Igreja?
    O individualismo não tem lugar no Evangelho, pois a Palavra de Deus nos ensina a viver fraternalmente. O próprio céu é visto como uma multidão em festa e não como indivíduos isolados. A Igreja é o povo de Deus. Com ela Jesus fez a Nova e Eterna Aliança no seu Sangue. A palavra Igreja significa Assembléia. É um povo reunido na fé, no amor e na esperança pelo chamado de Jesus Cristo.

    A Missa foi sempre o centro da comunidade e o sinal da unidade, pois é celebrada por aqueles que receberam o mesmo batismo, vivem a mesma fé e se alimentam do mesmo Pão. Todos os fiéis formam um só "corpo".
    São Paulo disse aos cristãos: "Agora não há mais judeus nem grego, nem escravo, nem livre, nem homem, nem mulher. Pois todos vós sois UM SÓ em Cristo Jesus" (Gl 3,28).




    Palavras «inúteis» e palavras «eficazes»


    - No evangelho de Mateus, no contexto do discurso sobre as palavras que revelam o coração, existe uma palavra de Jesus que estremece os leitores do Evangelho de todos os tempos: «Mas eu vos digo que de toda palavra inútil que falem os homens darão contas no dia do Julgamento» (Mt 12, 36).

    Sempre foi difícil explicar o que Jesus entendia por «palavra inútil». Certa luz nos chega de outra passagem do evangelho de Mateus (7, 15-20), onde volta o mesmo tema da árvore que se reconhece pelos frutos e onde todo o discurso aparece dirigido aos falsos profetas: «Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós com disfarces de ovelhas, mas por dentro são lobos. Por seus frutos os conhecereis...».

    Se o ditado de Jesus tem relação com o dos falsos profetas, então podemos talvez descobrir o que significa a palavra «inútil». O termo original, traduzido com «inútil», é argon, que quer dizer «sem efeito» (a – privativo –; ergos – obra –). Algumas traduções modernas, entre elas a italiana da CEI (Conferência Episcopal Italiana, N. do T.], vinculam o termo a «infundada», portanto, a um valor passivo: palavra que carece de fundamento, ou seja, calúnia. É uma tentativa de dar um sentido mais tranqüilizador à ameaça de Jesus. Não há nada, de fato, particularmente inquietante se Jesus diz que de toda calúnia se deve dar contas a Deus!

    Mas o significado de argon é mais ativo; quer dizer: palavra que não fundamenta nada, que não produz nada: portanto, vazia, estéril, sem eficácia [1]. Neste sentido, era mais adequada a antiga tradução da Vulgata, verbum otiosum, palavra «ociosa», inútil, que no demais é a que se adota também hoje na maioria das traduções.

    Não é difícil intuir o que quer dizer Jesus se compararmos este adjetivo com o que, na Bíblia, caracteriza constantemente a palavra de Deus: o adjetivo energes, eficaz, que atua, que se segue sempre de efeito – ergos (o mesmo adjetivo do qual deriva a palavra «enérgico»). São Paulo, por exemplo, escreve aos Tessalonicenses que, tendo recebido a palavra divina da pregação do Apóstolo, eles a acolheram não como palavra de homens, mas como o que é verdadeiramente, como «palavra de Deus que permanece operante (energeitai) nos crentes» (cf 1 Ts 2, 13). A oposição entre palavra de Deus e palavra do homem se apresenta aqui, implicitamente, como a oposição entre a palavra «que atua» e a palavra «que não atua», entre a palavra eficaz e a palavra vã e ineficaz.

    Também na carta aos Hebreus encontramos este conceito da eficácia da palavra divina: «a Palavra de Deus é viva e eficaz» (Hb 4, 12). Mas é um conceito que vem de longe; em Isaías, Deus declara que a palavra que sai de sua boca não volta a Ele jamais «vazia», sem ter realizado aquilo para o que foi enviado (v. Is 55, 11).
    A palavra inútil, da qual os homens terão de dar contas no dia do Juízo, não é portanto toda e qualquer palavra inútil; é a palavra inútil, vazia, pronunciada por aquele que deveria ao contrário pronunciar a «enérgica» palavra de Deus. É, em resumo, a palavra do falso profeta, que não recebe a palavra de Deus e, contudo, induz os demais a crerem que seja palavra de Deus. Ocorre exatamente ao inverso do que dizia São Paulo: tendo recebido uma palavra humana, ele a toma não pelo que é, mas pelo que não é, ou seja, por palavra divina. De toda palavra inútil sobre Deus o homem terá que dar contas: eis aqui, portanto, o sentido da grave advertência de Jesus.

    A palavra inútil é a falsificação da palavra de Deus, é o parasita da palavra de Deus. É reconhecida pelos frutos que não produz, porque, por definição, é estéril, sem eficácia (no bem). Deus «vela por sua palavra» (cf. Jr 1, 12), tem ciúmes dela e não pode permitir que o homem se aproprie do poder divino nela contido.
    O profeta Jeremias nos permite perceber a advertência que se oculta sob essa palavra de Jesus. Vê-se já claramente que se trata dos falsos profetas: «Assim diz Javé: Não escuteis as palavras dos profetas que vos profetizam. Estão vos enganando. Eles vos contam suas próprias fantasias, não coisas da boca de Javé... Profeta que tenha um sonho, conte um sonho, e o que tenha consigo minha palavra, que fale minha palavra fielmente. O que tem que ver a palha com o grão? – oráculo de Javé. Não é assim minha palavra, como o fogo, e como um martelo que arrebenta a rocha? Pois bem, aqui estou eu contra os profetas – oráculo de Javé – que roubam minhas palavras um do outro» (Jr 23, 16.28-31).

    Fonte: Site Frei Raniero Catalamessa



    FORMAÇÃO : ADVENTO




    O Advento marca o início do novo ano litúrgico na Igreja. Deste modo passamos do ciclo ‘C’ para o ciclo ‘A’. Na história da formação do Ano Litúrgico este período foi o último a ser formado.

    Pelo final do século IV é que se tem notícias deste tempo, ora caracterizado pelo sentido escatológico, ora como período de preparação ao Natal. O Concílio Vaticano II fez intencionalmente uma síntese destas duas realidades em sua reforma litúrgica.

    Duas partes formam o Advento:
    A primeira inicia-se com as vésperas do I domingo estendendo-se até o dia 16 de dezembro. É o memorial “da volta gloriosa de Cristo como juiz no fim dos tempos” ; a segunda parte compreende os dias entre 17 e 24 de dezembro e estes estão orientados à preparação do Natal do Senhor.

    Na liturgia eucarística o Advento é qualificado ao máximo nas orações eucológicas (oração da coleta, sobre as oferendas e após a Comunhão), nos prefácios e na liturgia das horas, na qual vem expressa sinteticamente nos hinos e Salmos.

    Teologia do Advento

    O conteúdo teológico do Advento é riquíssimo, leva em conta o mistério da vinda do Senhor na Encarnação e na sua Parusia (do grego, que significa a segunda vinda gloriosa de Nosso Senhor). Abrange o início e o fim da vinda de Cristo em nosso meio.

    No primeiro Advento, o de Sua Encarnação, o Verbo habitou no meio de nós (Jo 1, 14), fazendo-se igual ao homem em tudo, com exceção do pecado (Hb 4,15). No segundo Advento o Senhor virá em toda a sua glória, e “todo homem verá a salvação de Deus” (Lc 3,6).

    São Bernardo de Claraval situa, entre o primeiro e o segundo, um terceiro Advento ou medius adventus. Este se trata de uma volta iminente de Cristo; ela é espiritual, contínua e manifesta o poder de sua graça. Thomas Merton, comentador do santo abade de Claraval, explicita que esta vinda intermediária é um período de tensão entre o medo e a alegria, no entanto é uma luta salutar. Podemos também compará-lo ao combate entre o novo e o velho em nós, como descreve o Escrito Obra Nova da Comunidade Católica Shalom .

    Além de ser um tempo forte de preparação para a vinda do Senhor, escatológica e na encarnação, o Advento aponta para a missionaridade da Igreja que é chamada, a todo tempo, a anunciar a vinda do Reino de Deus, que nas palavras do Papa Bento XVI em seu livro Jesus de Nazaré , retomando a compreensão de Orígenes, é o próprio Cristo o Reino de Deus.

    Celebramos no Advento o “já” e o “ainda não” da Salvação. Contemplamos o Cristo que já se fez carne no meio de nós e o esperamo-lo em sua segunda vinda gloriosa e definitiva. Por isso a vivência destas semanas deve ser marcada por uma jubilosa expectativa, vigilância pela oração, esperança e conversão
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