Dois atentados à bomba em diferentes pontos da Nigéria, com horas de diferença, mataram ao menos 26 pessoas e deixaram centenas de feridos. O primeiro ataque ocorreu perto de uma igreja em Madalla, nos arredores da capital da Nigéria, Abuja, matando ao menos 25 pessoas e deixando centenas de feridos.
A igreja, com capacidade para até mil fiéis, estava celebrando uma missa de Natal. Pouco após o ataque, uma segunda explosão foi registrada na cidade de Jos, perto de outra igreja católica. O ataque matou ao menos uma pessoa - um policial.
Os atentados foram assumidos pelo grupo islâmico fundamentalista Boko Haram. Houve ainda dois ataques registrados nas cidade de Damaturu e um em Gadaka, no Norte da Nigéria. Ambas as cidades ficam no estado de Yobe, que tem sido o epicentro da violência entre forças de segurança do governo e militantes do Boko Haram.
Analistas acreditam que os ataques quase simultâneos têm sinais de uma ofensiva coordenada por parte dos militantes islâmicos fundamentalistas.
O Boko Haram - cujo nome significa educação ocidental é proibida - costuma ter instituições do governo, igrejas e organizações internacionais como alvos de seus ataques. Em agosto de 2011, a organização realizou um ataque contra a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Abuja, em que mais de 20 pessoas foram mortas.
Ao longo desta semana, quase 70 pessoas foram mortas durante combates entre forças da Nigéria e pistoleiros ligados ao Boko Haram, na Região Nordeste do país.
Em entrevista à BBC, Yushau Shuaibu, porta-voz das forças de emergência da Nigéria, a explosão em Madalla danificou seriamente a igreja e a expectativa é que o número de mortos aumente.
De acordo com o editor da BBC África, Martin Plaut, o ataque em Jos, situada no chamado Cinturão do Meio, entre as regiões Norte, predominantemente islâmica, e o Sul, de maioria cristã, pode ter impactos ainda mais perigosos que o atentado perto de Abuja.
Mais de mil pessoas foram mortas em atos de violência religiosa e étnica em Jos nos últimos dois anos. De acordo com o editor da BBC África, há temores de que o mais recente ataque possa desencadear um conflito de grandes proporções.