segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Reforma da capela de Melancias





Setor de Juventude 2013

O ano de 2013 aproxima-se cheio de grandes expectativas, o ano que será dedicado à juventude. E a Diocese de Mossoró prepara com jubilo os jovens para vivenciar cada momento.
Estamos a menos de um ano da Jornada Mundial da Juventude, e durante esse percurso passamos por vários momentos de preparação, como o “Bote Fé” em que estiveram presentes jovens de toda a diocese, Mossoró e região. E o ano de 2013 começa com a Campanha da Fraternidade, que terá como foco principal a juventude e trará como tema: “Fraternidade e Juventude” e lema: "Eis-me aqui, envia-me!"
(Is 6,8) – Uma alusão ao convite feito pelo Santo Padre, o Papa Bento XVI na JMJ em Madrid 2011, onde houve uma renovação ao chamado a ser sal na terra, o Santo Padre nos convida a ser missionários: "Ide e fazei discípulos entre todas as nações!" (cf. Mt 28, 19).
Acontece também a Semana Missionária, foi a maneira escolhida para vivenciar Pré-Jornada, dias que antecede o grande acontecimento do ano, a JMJ Rio 2013. 
Marcilio Oliveira

E uma novidade será a mudança na assessoria junto ao Setor de Juventude, o seminarista Marcilio Oliveira, que esteve conosco durante dois anos agora irá percorrer novos caminhos, seu trabalho pastoral agora será junto à cidade de Caraúbas/RN. Agradecemos o seu empenho durante esse tempo, a força e a coragem que impulsionou um belíssimo trabalho no Setor de Juventude e nos zonais. Juntos rezaremos pela sua vocação e pelo seu novo caminho, e esperamos em breve sua volta.

                                                                                        
Marcelo Augusto
 

E com alegria recebemos o Seminarista Marcelo Augusto, que agora será um dos assessores da juventude. O ano de 2013 o trará bastante trabalho e juntos vamos passar cada momento, com coragem e dedicação, vamos colocar "a mão na massa"  e vamos trabalhar. O importante a ressaltar que o foco é a evangelização da juventude. Por isso, pedimos que rezem pelos nossos jovens, pelo Setor de Juventude e Zonais, para que possamos colher bons frutos dessa evangelização, jovens engajados e com o espírito missionário renovado e com o desejo de viver sua juventue em busca da santidade, e que esses jovens que irão vivenciar a JMJ Rio 2013 possam aproveitar cada momento e sintam verdadeiramente a presença de Deus em suas vidas. 



Coordenação do Setor de Juventude
Coordenador: Fabiano Brito
Vice Coordenador: Everton Lima
Referencial/Padre assessor: Pe. Augusto Lívio 
Seminarista assessores: Carlos Gomes
                                        Marcelo Augusto
Secretária: Sheilla Paiva
Comunicação: Paula Dantas

FELIZ ANO DA JUVENTUDE


Queridos jovens: o próximo ano é de vocês!


Um grande ano nos espera, um ano no qual a nossa cidade vai ser invadida por uma onda de jovens vindos de todas as partes do Brasil e do mundo e vai receber a visita do Papa Bento XVI. Iremos iniciar o primeiro dia do primeiro mês do Ano da Juventude.
Um grande ano, de muito trabalho e de muitos encontros se delineia para a nossa amada cidade, para os nossos jovens, para as nossas famílias. O próximo ano será o ano da Jornada Mundial da Juventude, evento que sempre deixa um rastro positivo de renovação, um ano marcado não só pela curiosidade de ver uma multidão de jovens animar a Cidade Maravilhosa, mas de observar que novidade que ela trará para a vida de cada um de nós. Entre tantos legados que esperamos dos grandes eventos, este terá um incomparável: deixará a presença de um Deus Amor no coração dos jovens arautos da manhã e anunciadores de um mundo novo.
No próximo dia 5, no Arpoador, no Rio de Janeiro, iremos comemorar a espera dos últimos 200 dias para a JMJ. A espera é uma palavra difícil, sobretudo para os jovens, mas é uma palavra prenhe de vida. A espera é a nota do tempo de Advento, que nós acabamos de viver. Um tempo que se concluiu com a figura de Maria, nossa mãe e mãe de Deus, que viveu como nenhuma outra pessoa a espera do nascimento do Salvador. É a figura de Maria, Mãe de Deus, que encerra a oitava do Natal e abre o novo ano.
Esperamos todos para que entre o 23º ao 28º dia do sétimo mês do ano da juventude, a nossa cidade seja transformada no “Santuário Mundial da Juventude”! Preparamos e esperamos com carinho esse belo momento.
A espera de Nossa Senhora era uma espera bendita, como aquela que as mães geralmente vivem, dominadas pela presença do filho que carregam em si, mas igualmente pelo desejo de vê-Lo, conhecer suas feições, acariciar seu corpo diminuto, de contemplar a novidade da criança que deve nascer. Presença e espera convivem entre si e se completam. Presença e espera continuam a preencher os dias de uma mãe que vê seu filho crescer, de novidade em novidade.
O primeiro dia do Ano é dedicado à Mãe de Deus! É muito importante que seja assim. É como que uma invocação para que aquela que soube esperar nos ensine a esperar também. A esperar e a reconhecer que existe uma Presença que acompanha a nossa vida. A novidade do Ano Novo não pode se exaurir no primeiro dia. Um ano realmente novo é aquele que traz novidade a cada dia. É o que anunciamos: a espera já é a grande festa da juventude.
Esta espera esquenta o coração, nos faz vibrar e é a coisa mais bonita da festa de Réveillon, que enche aquele cenário excepcional que é a Praia de Copacabana. Iremos, como todos os anos, celebrar e esperar do alto do Corcovado, aos pés do Redentor. Porém, neste ano, o povo que espera o Ano que deve chegar, espera, na verdade, algo mais.
A multidão é cheia da espera por uma novidade que não se sabe qual seja, mas que deve vir. A espera tem a dimensão do coração do homem. Nosso coração espera, traz uma espera que nem o barulho ensurdecedor do tempo consegue eliminar. Todo o mundo parece conspirar para que o homem não espere, viva sem viver, se habitue ao feio e ao pequeno, mas, diante das águas do mar de Copacabana e do anúncio da novidade, a espera reacende. Dali, a espera se estende por toda a cidade, todas as casas e salões e clubes que receberão os jovens peregrinos. E no atual vazio de uma região em Guaratiba contemplaremos os milhões de jovens que anunciarão ao mundo a aurora de um tempo novo ao contemplar os montes que se erguem no entorno e que, levados pela nova Avenida com seus ônibus de transporte rápido, percorrerão ruas e vielas, túneis e viadutos para levarem ao mundo a esperança e a paz em Cristo.
Para o próximo ano é importante que os jovens da cidade do Rio de Janeiro sejam portadores da Paz. O Papa Bento XVI, em sua XLVI Mensagem para o Dia Mundial da Paz, recorda que todos somos chamados a ser felizes por sermos os construtores da Paz: “Bem-aventurados os obreiros da Paz”. Em sua mensagem anterior, para o ano que finda, o Papa dirigiu explicitamente sua mensagem à juventude: "nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora de que fala o salmista. Esta expectativa mostra-se particularmente viva e visível nos jovens, e é por isso que o meu pensamento se volta para eles, considerando o contributo que podem e devem oferecer à sociedade. Queria, pois, revestir a Mensagem para o XLV Dia Mundial da Paz duma perspectiva educativa: «Educar os jovens para a justiça e a paz», convencido de que eles podem, com o seu entusiasmo e idealismo, oferecer uma nova esperança ao mundo. Importante que estes fermentos e o idealismo que encerram encontrem a devida atenção em todas as componentes da sociedade. A Igreja olha para os jovens com esperança, tem confiança neles e encoraja-os a procurarem a verdade, a defenderem o bem comum, a possuírem perspectivas abertas sobre o mundo e olhos capazes de ver « coisas novas » (Is 42, 9; 48, 6). Por isso nossa atenção, unindo os temas dos dois anos, para que os jovens, educados para a justiça e a paz sejam felizes por construir a paz.
Queridos jovens: o próximo ano é de vocês! Assim como a JMJ nos envia a fazer discípulos entre os povos, a Campanha da Fraternidade coloca todos disponíveis: “Eis-me aqui, envia-me”. A Arquidiocese do Rio de Janeiro abre os seus corações para receber a todos como o Nosso Cristo Redentor – de braços abertos. Animem-se para viver com intensidade a JMJ Rio 2013 e vamos testemunhar Deus Menino, nascido de Maria Santíssima, para nos salvar!
A Praia de Copacabana, no sétimo mês do Ano da Juventude, vai ser tomada por uma multidão diferente: jovens de todas as raças e línguas que encontram Alguém que os encheu de espera e de esperança. Dali, partirão em peregrinação para o oeste da cidade, para dizer, em Guaratiba, que eles querem preencher todos os vazios do mundo com a esperança de uma nova vida buscada no íntimo de todos. Assim, juntos iremos passar pela “porta da Fé” a caminho de novos horizontes. A fé é um modo diferente de ver e viver a vida, um modo que é dominado por uma Presença que enche o homem de espera.
A todos os homens de boa vontade, construtores da paz, de perto e de longe, desejamos um feliz e santo ano da juventude.
Dom Orani João Tempesta, O. Cist., é arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

1º de Janeiro: Romaria de Nossa Senhora dos Impossíveis


 O rito judaico da Circuncisão.Entenda seu significado religioso.


A circuncisão, no povo de Israel, consistia em um talhe de pele praticado em todo indivíduo masculino oito dias após o seu nascimento. O Senhor Deus houve por bem impô-lo a Abraão (séc. XVIII a. C.) e a seus descendentes como sinal da Aliança travada com este Patriarca (cf. Gên 17,9-14). Tal devia ser a importância desse rito na legislação de Israel que o varão incircunciso havia de ser considerado como prevaricador da Aliança.
Consciente disto, o rei sírio Antioco IV Epifanes em 167-164 a.C., querendo desviar da religião revelada o povo de Israel, lhe proibiu a praxe da circuncisão (1 Mac 1, 51.63s2 Mac 6,10). Os judeus que então frequentavam os teatros e ginásios dos pagãos, eram objeto de escárnio público; para evitá-lo, não poucos apostataram da fé, cancelando, mediante operação adequada, o sinal da circuncisão existente em sua pele (cf. 1 Mac 1,15s).
A respeito do modo de executar a circuncisão, sabe-se que podia ser praticada mediante lâminas de pedra (cf. Ex 4,24-26; Jos 5,3); o seu ministro habitual era o pai da criança ao menos nos inícios da história de Israel (cf. Gn 17,12s; 21,4). No judaísmo posterior, ou seja, nos tempos de Cristo, havia um oficial especialmente designado para cumprir o rito, que obedecia ao seguinte cerimonial:
A circuncisão se dava geralmente em uma sinagoga, na presença do um mínimo de dez testemunhas e geralmente de manhã. Dois assentos eram preparados no recinto sagrado: um para o padrinho do candidato, o outro para o profeta Elias, que os rabinos imaginavam estar presente, baseando-se em uma interpretação sutil do texto de Malaquias 3,1, combinado com 3 Rs 19,10.
Fazia-se o talhe na criança em meio a louvores e preces dirigidas a Deus. A seguir, impunha-se o nome à criança, pois o Senhor deu novo nome à Abraão quando lhe prescreveu a circuncisão (cf. Gên 17,5): de então por diante, o menino passava a fazer parte do povo de Deus e devia ser reconhecido por seu apelativo característico.
A cerimônia terminava com uma refeição em família. Quando a criança no seu oitavo dia de vida estava doente, esperava-se a cura para fazer a operação ritual. Caso morresse antes do oitavo dia, era circuncidada em seu lençol mortuário sobre o respectivo túmulo, a fim de que não ficasse privada do sinal distintivo da aliança com Deus.
Alguns rabinos afirmavam que o varão, trazendo a marca da circuncisão, não poderia sofrer a ruína eterna após a morte; Abraão, um anjo ou o próprio Senhor cancelariam o sinal sagrado nos pecadores que se perdessem para sempre. Rabi Levi julgava que Abraão ficava à porta da geena (região dos réprobos) a fim de colocar em todo israelita culpado um prepúcio (segmento de pele íntegra) tirado de uma criança falecida sem circuncisão (Bereschith rabba 48 [30a. 49]). — Estas proposições, por muito fantasistas que sejam, têm o valor de atestar a grande estima que Israel devotava à mencionada instituição.
2. Qual terá sido a origem desse rito ?
Não há dúvida, era praticado por povos anteriores a Abraão, e ainda hoje continua a ser observado pela sétima parte, aproximadamente, da população do globo…
No Egito antigo o uso da circuncisão é documentado tanto por vestígios existentes em múmias como por baixos-relevos: assim em um túmulo do terceiro milênio a.C. na cidade de Menfis contempla-se a seguinte cena: um operador abaixado aparece a cortar o prepúcio de um jovem posto à sua frente. Dada a insuficiência de testemunhas, não se poderia dizer se a praxe era geral no vale do Nilo. Parece que, a princípio, não tinha significado religioso; veio, porém, a adquiri-lo posteriormente.
Segundo Heródoto (II 104), os egípcios ensinaram a circuncisão aos fenícios e aos sírios da Palestina (notícia de cuja veracidade se pode duvidar, pois os gregos tendiam a exagerar a influência dos egípcios). Os árabes parecem ter recebido dos etíopes o uso da circuncisão, que eles praticavam já antes de Maomé e que, embora não seja mencionada pelo Corão, foi, juntamente com a religião maometana, transmitida aos povos da Ásia Central. Segundo Jer 9,24-26, o rito era observado igualmente por idumeus, amorreus e moabitas, ao passo que os filisteus e os assírios-babilônios não o adotavam (note-se que Abraão, oriundo da Babilônia, não fora circuncidado em sua terra natal).
As descobertas modernas revelaram que a circuncisão estava em voga na América pré-colombiana, como ainda hoje é posta em prática por muitas tribos da África (principalmente ocidental e oriental), da Austrália, da Polinésia e da América do Sul. A par desses, porém, registram-se outros grupos étnicos que sempre se lhe mostraram refratários: assim os indo-europeus, os mongóis, os finlandeses e húngaros.
A mor parte dos povos pratica a circuncisão nos jovens, quando entram em puberdade (os árabes a executam aos treze anos de idade, reproduzindo o que se deu em seu famoso antepassado Ismael; cf. Gên 17,25). Pode acontecer, porém, que seja aplicada a crianças recém-nascidas.
3. E qual seria a ideologia que inspirou o rito em questão?
A ampla propagação da circuncisão faz crer que vários foram os motivos propulsores de tal prática.
a) Conforme Heródoto (II 37), os egípcios se circuncidavam por motivo de higiene. Esta explicação de ordem terapêutica não encontra grande acolhimento por parte dos etnólogos contemporâneos.
b) Há quem pense tratar-se de medida destinada a favorecer a fecundidade e o ato sexual.
c) Outros preferem explicá-la como sacrifício de primícias oferecido pelo jovem à Divindade logo que entrava na categoria dos varões ou dos guerreiros da tribo, emancipando-se dos cuidados de amas e tutoras. Em favor desta hipótese, cita-se o fato de que, entre os árabes, o rapaz a ser circuncidado se reveste de trajes femininos, que ele depõe logo após a cerimônia. A circuncisão seria assim um ato de declaração de plena virilidade.
Poder-se-ia dizer que o conceito de «circuncisão = sacrifício de primícias oferecido a Deus» é insinuado pelo trecho de Lev 19,23s: a Lei de Moisés mandava que os primeiros frutos das árvores fossem considerados pelos israelitas como “prepúcios” ou incircuncisos, isto é, impuros, pelo espaço de três anos; a ninguém seria lícito consumi-los. No quarto ano, porém, far-se-ia a consagração de todos os frutos numa festa de louvor ao Senhor, festa que devia equivaler à circuncisão, pois de então por diante os mencionados frutos eram incorporados aos objetos de uso do povo de Deus.
d) É possível que alguns povos pagãos tenham atribuído ao rito a função de afugentar os maus espíritos que ameaçavam a vida da criança recém-nascida.
4. Como quer que seja, a circuncisão foi introduzida na linhagem de Abraão séc. XVIII a.C.) com sentido religioso monoteísta, estritamente depurado de qualquer vestígio de politeísmo ou superstição. Já que os israelitas, com sua mentalidade muito rude, precisavam de ser estimulados por sinais concretos, o Senhor dignou-se indicar-lhes a circuncisão qual marca e, ao mesmo tempo, incentivo de sua adesão ao único Deus. Está claro que, aos olhos do Senhor, não possuía nem possui importância o ato material de se talhar a pele; contudo, visto tratar-se de praxe tida em alto conceito pela mentalidade oriental, Javé houve por bem aproveitar-se de tal rito para avivar a consciência religiosa do povo de Israel. Mais uma vez se nos defronta aqui uma expressão da pedagogia divina no Antigo Testamento, pedagogia que, sem pactuar com o erro, sabia tomar o israelita como ele era (com suas categorias infantis de pensamento), a fim de o elevar aos poucos a um nível de filosofia mais polida.
Esta elevação se foi efetuando principalmente por obra dos profetas de Israel (do séc. VIII em diante), que procuravam dar sentido profundamente espiritual ao rito corporal. Assim Jeremias apregoava que a circuncisão carnal não bastava e que era necessário circuncidar, isto é, purificar, o coração para agradar a Deus; circuncidar os ouvidos, isto é, abri-los docilmente, para ouvir a palavra do Senhor (Jer 4,4; 6,10; 9,24), a índole de sinal que tocava à circuncisão carnal (cf. Ez 44, 7,9). O Deuteronômio, por sua vez, exortava Israel a circuncidar o coração para amar a Deus (cf. 10,16; 30,6).
Ensina a Teologia que a circuncisão judaica era um sacramento da antiga Lei mediante o qual os israelitas recebiam a remissão do pecado original. Era justamente pressupondo esta doutrina que São Paulo apresentava a circuncisão como figura (ou tipo) do Batismo cristão (cf. Col 2,11). Note-se, porém, que o rito vigente no Antigo Testamento não produzia seu efeito do mesmo modo que o sacramento da Paixão dc Cristo já realizada; é esta que se aplica ao cristão, quando se lhe administra o Batismo; em conseqüência, o Batismo apaga o pecado em virtude da graça mesma que ele contém. Ao contrário, à circuncisão competia ação muito menos direta; sua função era a de excitar e exprimir a fé na Paixão e nos méritos futuros do Redentor; não produzia efeito por si mesma, nem era em si portadora de graça santificante, mas constituía mero sinal da fé no Messias vindouro, fé esta que obtinha a remissão do pecado original. O adulto que se circuncidasse, fazia diretamente tal profissão de fé, ao passo que outros a proferiam em lugar da criança apresentada à circuncisão (cf. S. Tomás, S. Teol. III 70,4).
O Senhor Jesus, oito dias após a natividade, quis submeter-se ao preceito mosaico (cf. Lc 2,21), visto que, no dizer do Apóstolo, Ele houve por bem nascer da mulher e fazer-se súdito da Lei (cf. Gál 4,4).. Estando para realizar a Redenção pela morte de cruz, quis desde a sua entrada no mundo oferecer as primícias de seu sangue. Uma vez, porém, instituído o Batismo cristão, entende-se que a circuncisão, que o prefigurava, tenha perdido a sua razão de ser. É o que o Apóstolo ensina: «No Cristo Jesus (= entre os cristãos) não tem valor nem a circuncisão nem a incircuncisão, mas apenas a fé que se exerce pela caridade» (Gál 5,6; cf, 6,15; Col 3,11).
Não foi fácil aos cristãos convertidos do judaísmo compreender o significado categórico desta afirmação. Não poucos queriam fossem administrados a qualquer catecúmeno tanto a circuncisão judaica como o Batismo cristão (a figura e a realidade plena, tipo e antítipo, simultaneamente). Os Apóstolos, porém, reunidos em Jerusalém no ano de 49 reconheceram definitivamente a ab-rogação da circuncisão (cf.At 15, 19.28s). Após esta deliberação, ainda se fizeram ouvir vozes de «judaizantes», as quais, porém, não conseguiram prevalecer no seio da Igreja.
A circuncisão ainda conheceu um surto efêmero no fim do séc. XII. Foi então praticada pela facção dos «Passaginos», cujo nome se derivava de «passagium», viagem, visto que se passavam provavelmente do Oriente para a Europa em séquito aos cruzados. Foram censurados pelos sínodos regionais de Verona (1184) e Benevento (1378). Ainda hoje — fato estranho — os cristãos cismáticos da Abissínia e do Egito (coptas) praticam a circuncisão, sem, porém, lhe atribuir valor religioso, dando-lhe apenas significado social e nacional.

Diocese de Mossoró deseja um abençoados 2013!!


Renovação Carismática Católica completa 40 anos na Diocese de Mossoró




Celebração Eucarística em Ação de Graças pelos 40 anos da Renovação Carismática Católica
Preside a Santa Missa : Bispo Diocesano Dom Mariano Manzana
Diretor Espiritual : Pe. Walter Colline

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Contemplar quadro religioso pode reduzir a percepção da dor.




Um estudo publicado na revista Pain e realizado pela neurocientista Katja Wiech da Universidade de Oxford (Inglaterra), assinalou que contemplar um quadro religioso pode reduzir nas pessoas a percepção da dor.
Conforme reproduziu a página Web Muyinteresante.es, a cientista estudou a atividade cerebral de católicos praticantes, ateus e agnósticos enquanto contemplavam um quadro de Santa Maria e o retrato da Dama do Arminho, de Leonardo da Vinci. Simultaneamente, estas pessoas recebiam descargas elétricas na mão esquerda.
As imagens obtidas mediante ressonância magnética funcional mostraram que o ícone religioso gerava uma alteração no cérebro dos católicos que reduzia a percepção da dor. A resposta consistia em um aumento da atividade da região direita do córtex pré-frontal, a mesma que funciona quando se administra um tratamento com placebo. Os ateus professos, pelo contrário, não mostravam alívio nem alteravam sua atividade cerebral ao contemplar nenhum dos retratos.
O neurocientista Matthew Lieberman, da Universidade da Califórnia, assegura que o seguinte passo é averiguar se as imagens religiosas conseguiram este efeito simplesmente porque chamavam a atenção dos católicos ou porque geravam neles sentimentos “piedosos”.

Manuscritos do Mar Morto JÁ podem ser consultados pela internet.



A Autoridade de Antiguidades israelense anunciou que milhares de manuscritos do Mar Morto foram fotografados e que agora podem ser consultados pela internet.
Os documentos são de extrema importância para o cristianismo e judaísmo, entre os textos que fazem parte desta coleção estão os Dez Mandamentos, o capítulo 1 do livro de Gênesis, o livro de Salmos e o livro de Isaías.
Datados com mais de dois mil anos, os achados também mostram textos não reconhecidos pela Igreja Católica, os chamados livros apócrifos.
Para poder colocar este rico material na internet foi preciso usar técnicas modernas de tratamento de imagem que foram desenvolvidas pela Nasa. Com esta técnica é possível arquivar e tirar do anonimato o conjunto de milhares de fragmentos de manuscritos.
De outra forma o acervo seria destruído, pois por serem frágeis seria impossível tornar público estes documentos.
Através dessas fotografias é possível analisar melhor os documentos que trazem histórias do terceiro ao primeiro século de nossa era.

Os manuscritos do Mar Morto são considerados uma das mais importantes descobertas arqueológicas. O achado aconteceu durante o século 20 quando, por acaso, um pastor de ovelhas passou por uma gruta perto do Mar Morto na região da Cisjordânia.
Entre os textos encontramos um que se destaca por ter sido escrito no século III antes de Cristo, se tornando o mais antigo entre os manuscritos. Já o mais atual foi datado no ano 70 quando o segundo Templo judeu foi destruído.
As informações são do G1.

Fonte: Blog do Carmadélio

Imagens imperdíveis do Rio de Janeiro, a cidade da JMJ




quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Religiosas anglicanas serão acolhidas na Igreja católica.


No próximo dia 11 de Janeiro, 11 religiosas anglicanas da Comunidade de Saint Mary the Virgin (CMSV), em Wantage, Oxfordshire, entrarão em plena comunhão com a Igreja Católica. As religiosas, entre as quais a superiora da comunidade, Madre Winsome, serão acolhidas no Ordinariato Católico de Nossa Senhora de Walsingham, instituído em 2010, segundo estabelecido pela Constituição Apostólica “Anglicanorum Coetibus”, de Bento XVI, em resposta ao pedido de alguns anglicanos de entrar em plena comunhão com Roma.A estas se somará a irmã Carolyne Joseph, ex-membro da Sociedade de Santa Margarete de Walsingham.

Em um primeiro momento as 12 religiosas farão parte de uma associação pública de fiéis no interior do Ordinariato assumindo o nome de Irmãs da Beata Virgem Maria. Elas darão continuidade a sua vida de oração e de contemplação, conservando no entanto alguns elementos da tradição e da prática anglicana.

Em um acordo com a Igreja da Inglaterra, ficou estabelecido que as religiosas deixarão o próprio convento e serão temporariamente hospedadas em uma comunidade católica na espera de estabelecerem-se na sede definitiva.
Comentando a decisão das religiosa anglicanas, o Ordinário de Walsingham, Keith Newton, recordou que a Comunidade de Wantage “está no centro da vida religiosa da Igreja da Inglaterra desde metade do século XIX. A sua contribuição foi significativa, em particular por denunciar a marginalização social não somente na Inglaterra, mas também na Índia e na África do Sul”. “As irmãs de Saint Mary the Virgin, – concluiu Dom Newton,- sempre rezaram pela unidade dos cristãos e somos verdadeiramente agradecidos pela sua fé e a sua coragem”.
Falando sobre a Constituição Apostólica “Anglicanorum Coetibus”, Madre Winsome destacou que a “oferta do Papa é um gesto profético que responde às orações de gerações de anglicanos e de católicos que buscavam um canal de unidade entre os cristãos”. (JE)

Fonte: Blog do Carmadélio

Evangelizar o homem moderno.”Como a nossa fé pode tocar a imaginação dos nossos contemporâneos”?


No Ano da Fé, inaugurado pelo Papa Bento XVI no dia 11 de outubro passado, uma das questões centrais deve ser compreender como a fé pode tocar a imaginação dos contemporâneos para fazê-los se apaixonar por uma mensagem atemporal. 

Essa foi a reflexão do teólogo dominicano Timothy Radcliffe na Pontifícia Faculdade Teológica “San Bonaventura” Seraphicum, em Roma, no dia 30 de outubro passado, por ocasião da abertura do ano acadêmico. A conferência proferida no instituto de estudos superiores dos Frades Menores Conventuais, foi intitulada “Como a nossa fé pode tocar a imaginação dos nossos contemporâneos”.

Radcliffe foi Mestre Geral da Ordem Dominicana de 1992 a 2001, é professor de Sagrada Escritura daUniversidade de Oxford e renomado estudioso da Igreja e da sociedade contemporânea. 

***

Eu gostaria de lhes falar sobre o maior desafio para o cristianismo de hoje: como a nossa fé pode tocar a imaginação dos nossos contemporâneos.

Recentemente, eu estava presente em uma mesa-redonda em Oxford com o professor Richard Dawkins, um ateu que eu definiria como “agressivo”, e Rowan Williams, então arcebispo deCanterbury. O encontro foi cordial, mas não parecia decolar. Williams era reativo aos argumentos de Dawkins, conseguia entrar na sua imaginação científica e, de fato, eram muito poucas as afirmações com as quais ele, ou a maioria dos cristãos presentes, podiam não concordar. 

Por sua parte, Dawkins não parecia conseguir fazer a viagem contrária ou ser alcançado pela imaginação cristã de Rowan
, que, no fim, propôs que se olhasse para o mundo com gratidão, no sentido da vastidão do amor escondido. Eu tenho a impressão de que Dawkins não entendeu realmente.

É como se alguém sem sensibilidade musical tentasse compreender Bartók. Eu tenho uma grande estima por um frei dominicano pintor chamado Kim em Jong, que uma vez me presenteou um de seus quadros para o meu escritório em Roma. Era uma grande tela com cores que escorriam sobre um fundo branco. Quando eu o mostrei para a minha mãe, ela exclamou: “Meu querido, parece o seu hábito depois de um café da manhã em que você se sujou todo!”.

O desafio contemporâneo

O cristianismo no Ocidente só poderá florescer novamente se conseguirmos envolver a imaginação dos nossos contemporâneos. De fato, não acredito que o ateísmo nos ofereça um desafio intelectual, mas sim um desafio à imaginação.

Muitos de vocês vão se lembrar do filme Homens e deuses, vencedor do Festival de Cannes e visto por milhões de pessoas. Boa parte do roteiro é feita de citações diretas dos diários e das cartas dos monges da pequena comunidade na Argélia que haviam se integrado profundamente e eram amados por um pequeno vilarejo muçulmano, mas que lentamente se encontraram engolidos pelo violento confronto em andamento. 

Um dia, um habitante do vilarejo lhes disse: “Nós somos os pássaros que descansam nos galhos, e vocês são os ramos”. Depois, no dia 21 de maio de 1996, a tragédia.

Eu fui ver esse filme com um amigo ateu. O cinema estava cheio de pessoas, muitas delas não se definiram como cristãs. No fim, o silêncio era total, e ninguém queria deixar o cinema até a última linha dos créditos.

Eu havia visitado a Argélia quatro semanas depois do seu assassinato, para encontrar um coirmão dominicano, bispo de OranPierre Claverie: ele havia recebido ameaças, e eu queria estar perto dele. No dia 1º de agosto de 1996, Pierre também foi assassinado, juntamente com um jovem muçulmano,Mohamed

Por que não esbocei uma bela teoria sobre a imaginação cristã e, ao invés, remeti a um filme? Porque a imaginação cristã habita no particular. Como o judeu que viveu no Oriente Médio há 2.000 anos, ao qual os seus seguidores conferiram um significado universal. As ideologias que assolaram o século XX, como o comunismo ou o nazifascismo, muitas vezes ofereceram esperanças de uma redenção universal. Wislawa Szymborska, poetisa polonesa ex-comunista e falecida recentemente, disse: “Era por amor à humanidade. Depois entendi que não se deve amar a humanidade, mas sim as pessoas”.

O cristianismo vai contra a corrente porque encontra um significado universal encarnado em pessoas particulares e limitadas. É por isso que os santos sempre foram importantes, porque são pessoas que rejeitaram as identidades pré-confeccionadas oferecidas pela nossa sociedade: celebridades como Brad Pitt, ou cantoras como Beyoncé ou Rihanna. Ouvindo as suas músicas, vestindo-se como elas, muitas pessoas expressam um sentimento de pertença. 

Mas é uma ilusão: tememos não ser amáveis assim como somos. O santo é aquele que corre esse risco. E isso também porque a imaginação cristã descerra o universal através do prisma do individual. Uma comunidade, em vez de uma massa, é aquilo que nos ajuda a viver lado a lado como indivíduos.

O que nos é pedido para nos definirmos como cristãos, na teoria, não pode ser comunicado. Muitas vezes, no metrô de Londres ou dentro das igrejas, encontram-se frases bíblicas: “Deus é amor”, “Jesus morreu por nossos pecados”, e assim por diante. Cheguei a ler até uma que dizia: “Você preferiria dormir com as virgens prudentes ou com as tolas?”. São palavras que não dizem nada para a maior parte das pessoas: elas só têm significado se você já acredita nelas. Devemos descobrir a sua verdade através da imaginação, fazer uma viagem rumo à iluminação.

Quando Jesus encontra as pessoas, ele começa a fazer perguntas. Todo o evangelho de João está estruturado assim: as suas primeiras palavras, de fato, são: “O que vocês procuram?”, e, depois da ressurreição, ele pergunta a Maria Madalena: “Por que choras?”. As parábolas frequentemente também contêm perguntas, como o Bom Samaritano: “Quem é o meu próximo?”.

Mas um crente também é interrogado pelo silêncio: a transmissão da fé não é repetição das afirmações de alguém. A doutrina cristã não dá respostas, não liga você à verdade (isso é o que faz a heresia: uma teoria coerente que sistematiza tudo), ao contrário, pode enganar você: convida a ir cada vez mais para dentro do mistério da Trindade, do Deus-homem. O dogma cristão nunca é dogmático em sentido negativo. Quando somos capazes de compartilhar a nossa fé, esta assume um frescor sempre novo.

Quando fui visitar o meu pai no fim de sua vida, em 1993, ele me pediu o seu walkman: queria ouvir novamente As últimas sete palavras de Haydn e o Requiem de Mozart. A única forma de enfrentar a ameaça de sermos aniquilados é através da poesia e da música: um vislumbre distante da criatividade Daquele que ressuscitou Jesus da morte.

Os jovens hoje, ao menos na Grã-Bretanha e nos EUA, muitas vezes têm uma compreensão da Igreja muito diferente do que as gerações anteriores (que é vista como “conservadora”): pode ser doloroso para os velhos sessentões “liberais” como eu, todo o nosso trabalho parece comprometido.

Mas a minha fé se tornou o que é justamente quando eu deixei que ela fosse diferente da fé da geração anterior! Quando estamos diante das diferenças, devemos tentar compreender a aventura imaginativa do outro (e tentar nos colocarmos no seu lugar). Obviamente, a ação de discernimento é muito complexa e requer tempo e energias, mas é indispensável.

Compartilhar um Deus-homem

O filme termina com a cena dos monges que sobem a montanha desaparecendo em uma tempestade de neve. As nossas imaginações são tocadas por uma desconcertante vitória da bondade.

Toda sociedade precisa de histórias assim. Os Salmos estão cheios de raiva contra o destino dos malvados. Mas Cristo se recusa a chamar os anjos para ser salvo da morte, perdoa os seus inimigos da cruz, e a sua aparente derrota é a paradoxal vitória da ressurreição.

Essa é a história que moldou a cultura ocidental: as nossas cidades estão cheias de igrejas em que encontramos o crucifixo. Mas Pedro e os apóstolos não puderam aferrá-lo “antes”: esperavam um Messias que derrotaria o inimigo. Dois mil anos depois, essa ainda é a imagem dominante: o bom vence matando o mau. Eis como os nossos contemporâneos veem a vitória do bem, à la John Wayne

Quando Osama Bin Laden foi morto, a palavra em código para a operação foi “Geronimo”, o líder apache a ser morto. De fato, a nossa sociedade continua vivendo com uma imaginação em grande parte pré-cristã. A verdade da nossa fé não pode ser transmitida com afirmações abstratas!

O filme também nos comove porque sentimos a proximidade de Deus. Há uma belíssima cena em queLuc, o velho médico, discute com uma jovem sobre a paixão e diz: “Depois eu encontrei um amor maior”.

Assiste-se hoje a uma sede generalizada de Deus. Jesus é chamado de Emanuel, “Deus conosco”. Deus se fez carne, mas a sua intimidade era inquietante demais e, por isso, ele foi rejeitado de novo para o céu e se tornou Christus victor, o Cristo vitorioso. A partir do século XIII, quando Franciscoconstruído o presépio, podemos nos imaginar na gruta de Belém

Nossos contemporâneos desejam um Deus próximo.Mick Jagger escreveu: “Você não quer caminhar e falar sobre Jesus / Você só quer ver o seu rosto”. Madonnatambém: “Jesus Cristo, olhe para mim / Eu não sei quem eu deveria ser” [2]. E uma canção de Joan Osbourne se intitula “E se Deus fosse um de nós?”.

Mãos, olhos, ouvidos de Cristo

Gostaria de refletir sobre como podemos tornar Cristo presente aqui hoje. Quando amamos alguém, a coisa mais importante é o sorriso, como acontecia com os israelitas com relação a Deus: eles queriam que Ele sorrisse. “Faze brilhar a tua face, e seremos salvos!” (Salmo 80, 4). O texto bíblico mais antigo se encontra em um pedacinho de couro sobre o qual está gravado: “O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar a sua face sobre ti e conceda-te sua graça! O Senhor volte o seu rosto para ti e te dê a paz!” (Números 6, 24-26). 

Jesus identificou todas as pessoas que precisavam daquele sorriso como ZaqueuSimone Weil disse:“O amor vê o que é invisível”. O amor anseia que o sorriso seja devolvido: essa é a beleza e o risco da missão. Alguém irá sorrir para mim por sua vez? Em Oxford, há muitos mendigos que buscam atrair a atenção. Nós respondemos ao seu olhar?

Um dia, em Kingston, na Jamaica, eu visitei um grande aterro sanitário onde os mais pobres encontravam refúgio. Eu vi um velho barraco de papelão. Quando me aproximei, apareceram uma mãe e o seu filho. Convidaram-me para dentro, oferecendo-me uma Coca-Cola, que, presumo, haviam encontrado no lixão, e o rapazinho me convidou a trocarmos as nossas camisetas. Eu fiquei profundamente comovido: guardei aquela camiseta por anos. Não só eu tinha os visto, mas eles também tinham me visto, eu existia perante os seus olhos, fui convidado para o seu lar como o seu irmão.

Essa é a nossa primeira missão, oferecer o olhar de amor de Deus, ser o rosto de Deus que se alegra com as pessoas. Pensa-se que os pregadores são pessoas que falam dos púlpitos, mas não há pregação se faltar a escuta anterior. Quando o cego Bartimeu vai ao encontro de Jesus, ele lhe diz: “O que você quer que eu faça por você?”. Jesus escuta. Não somos vendedores ambulantes .

Devemos partir das pessoas: onde se encontram e o que querem. Só assim poderemos alcançar os seus desejos mais profundos e compreender a sua linguagem. Às vezes, ficamos assustados ao escutar o que nos é dito ou porque não encontramos respostas, mas, se escutarmos com o coração, Deus nos sugerirá algo! Se, ao contrário, ficamos presos em nós mesmos, nunca seremos capazes de ouvir.

Quando eu era noviço, ficava admirado que muitos coirmãos ficavam impacientes ao iniciar a pregar: eu gostava de estudar, mas não atraía o pensamento de que um dia eu teria que falar. A palavra de Deus não é um simples comunicar fatos: Deus pronuncia a sua Palavra, e as coisas vivem. “Haja luz”, e assim foi.

Durante todo o dia jogamos conversa fora, contamos piadas, enviamos mensagens, escrevemos nos blogs, comentamos notícias… Falar é a atividade humana mais importante, mas há uma questão moral: oferecemos às pessoas palavras de vida ou palavras que acusam e denigrem? Oferecemos a palavra de Deus, que é criativa, ou as palavras de Satanás, que são destrutivas? Talvez tratamos as pessoas como sujeira?

Quando falamos de fé, alguns poderão ter incertezas, dúvidas, e isso pode ser positivo, porque assim as pessoas verão que ser católico não significa ter todas as respostas. Acompanhemos, então, as pessoas compartilhando as suas perguntas e perplexidades, caminhemos ao seu lado pensando juntos. A verdadeira doutrina nunca fecha as mentes, mas nos leva ao mistério de Deus.

Mas chegamos ao mais importante dos sentidos humanos, o tato: Jesus caminhou tocando as pessoas, os corpos dos doentes. Ele tocou leprosos, até mesmo mortos, o que na época o tornaria impuro. E permitiu até que a mulher, provavelmente uma prostituta, lavasse os seus pés com as  lágrimas para depois enxugá-las com os seus cabelos.Jesus se sentia confortável com o seu próprio corpo e com os corpos dos outros. São Tomás de Aquino definiu o tato como “o sentido mais humano”. Quando amamos alguém, o primeiro desejo é tocá-lo: quando você ama, o contato é recíproco.

Desde que estou envolvido no trabalho com os doentes de Aids, descobri a importância do contato. Na missa conclusiva de uma conferência sobre “Igreja e Aids”, um jovem doente chamado Benedict se aproximou de mim para me dar o beijo da paz. Naquele momento, eu pensei: “Este é o corpo de Cristo que hoje precisa de um abraço”.

Hoje, a sociedade está preocupada com o risco por causa dos abusos sexuais, e o medo é justificado. Mas devemos recuperar essa forma maximamente humana e maximamente cristã de ser o corpo de Cristo. Caso contrário, nos privaríamos profundamente uns dos outros e correríamos o risco de até mesmo anular a encarnação, se mantivéssemos as distâncias, quando, ao invés, Deus se fez próximo. 

No fim de cada missa, somos enviados a ser o corpo de Cristo, ser a sua boca, as suas mãos, os seus ouvidos e o seu rosto, descobrir Cristo no rosto daqueles que encontramos.


Fonte: Blog do Carmadélio

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

formação: ADVENTO

O Ano Litúrgico começa com o Tempo do Advento; um tempo de preparação para a Festa do Natal de Jesus. Este foi o maior acontecimento da História: o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Dignou-se a assumir a nossa humanidade, sem deixar de ser Deus. Esse acontecimento precisa ser preparado e celebrado a cada ano. Nessas quatro semanas de preparação, somos convidados a esperar Jesus que vem no Natal e que vem no final dos tempos.
Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Um dia, o Senhor voltará para colocar um fim na História humana, mas o nosso encontro com Ele também está marcado para logo após a morte.
Nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, nós nos preparamos mais especialmente para celebrar o nascimento de Jesus em Belém. Os Profetas anunciaram esse acontecimento com riqueza de detalhes: nascerá da tribo de Judá, em Belém, a cidade de Davi; seu Reino não terá fim... Maria O esperou com zelo materno e O preparou para a missão terrena.

Coroa do Advento:
Para nos ajudar nesta preparação usa-se a Coroa do Advento, composta por 4 velas nos seus cantos – presas aos ramos formando um círculo. A cada domingo acende-se uma delas. As velas representam as várias etapas da salvação. Começa-se no 1º Domingo, acendendo apenas uma vela e à medida que vão passando os domingos, vamos acendendo as outras velas, até chegar o 4º Domingo, quando todas devem estar acesas. As velas acesas simbolizam nossa fé, nossa alegria. Elas são acesas em honra do Deus que vem a nós. Deus, a grande Luz, "a Luz que ilumina todo homem que vem a este mundo", está para chegar, então, nós O esperamos com luzes, porque O amamos e também queremos ser, como Ele, Luz.

Termo:
Advento vem de adventus, vinda, chegada, próximo a 30 de novembro e termina em 24 de dezembro. Forma uma unidade com o Natal e a Epifanía.

Cor:
A Liturgia neste tempo é o roxo.

Sentido:
O sentido do Advento é avivar nos fiéis a espera do Senhor.

Duração:
4 semanas