quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


Dom Raimundo Damasceno fala sobre a apresentação da renúncia do Papa



O presidente da CNBB e arcebispo de Aparecida (SP), cardeal Dom Raymundo Damasceno, concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, 11, sobre a apresentação da renúncia do Papa Bento XVI. O cardeal afirmou que o gesto do Papa foi de humildade e coragem.
“Humildade porque, sem dúvida, é uma missão importante na Igreja, fundamental e essencial. Um gesto de coragem por que pode dar a impressão às pessoas de que faltou-lhe decisão, espírito de sacrifício para continuar nesse ministério apesar das dificuldades que ele está sentindo e experimentando”, explicou.
Dom Raymundo ressaltou o desapego de Bento XVI do cargo e afirmou que o Papa tomou a decisão com liberdade e tranqüilidade. No entanto - destacou – "deve ter sido um gesto difícil, mas com sua consciência diante de Deus de ter cumprido o seu ministério até o dia 28 de fevereiro. Um ministério muito rico e frutuoso para toda Igreja.”

Jornada Mundial da Juventude

Com relação à vinda do Papa à Jornada Mundial da Juventude, o cardeal lembrou uma frase que o próprio Bento XVI mencionou a pouco tempo, dizendo: "O Papa estará na Jornada. Se não for eu, será meu sucessor." Dom Raymundo disse que era um desejo de muitos a vinda de Bento XVI ao evento, por conta da simpatia que o Pontífice adquiriu em meio aos jovens. Mas, reforçou que o Brasil espera o novo Papa com alegria.
Quanto às estruturas da JMJ, o cardeal afirmou que a data permanece fixa entre os dias 23 e 28 de julho, na cidade do Rio de Janeiro e com o tema relacionado à missão. Talvez, a programação sofra alguma modificação por conta do novo Papa, disse o Cardeal, mas nada de grande impacto.

Eleição do novo Ponfífice

Para eleger o sucessor de Bento XVI será realizado um Conclave – reunião de todos cardeais do mundo, que acontece na Capela Sistina, no Vaticano e que tem duração indeterminada. Segundo Dom Damasceno, os cardeais que se reúnem para a eleição não são candidatos ao papado, no sentido de que alguém se apresente para ser eleito. “Acho que ninguém chega ao Conclave com a pretensão de ser Papa. Seria muita presunção da pessoa que assim pensasse”, afirmou.
A reunião para eleição de um Pontífice é um momento de muita oração, sublinhou o cardeal Damasceno, logo, todos precisam estar abertos para escolher o melhor para a Igreja e o mundo. Para a escolha do novo Papa, o cardeal acredita não serem observados critérios como nacionalidade, cor ou idade, desde que seja menor que 80 anos. "Acho que o espírito que anima a todos é de muita humildade, serviço e de abertura à vontade de Deus."
“Olhamos alguns critérios como experiência pastoral, o conhecimento da Santa Sé. Precisa ser uma pessoa com facilidade para o diálogo e a comunicação, logo, as línguas são importantes. É observada a vida da própria pessoa, sua espiritualidade, sua santidade de vida, sua capacidade de liderar a Igreja nos tempos de hoje. Mas, é na abertura ao Espírito que Deus nos levará a eleger o Papa”, esclareceu.
Do Brasil, cinco cardeais poderão participar do Conclave: Dom João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Religiosos; Dom Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo; Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo; Dom Geraldo Majella Agnelo, Arcebispo Emérito de Salvador e Dom Raymundo Damasceno, Arcebispo de Aparecida.
De acordo com o presidente da CNBB, o mundo passa por uma mudança de época e não uma época de mudanças. Neste tempo, os valores não são vividos como antigamente. Realidades como a família, o matrimônio, o diálogo inter-religioso, ecumenismo, a justiça no mundo e outros poderão ser uns dos desafios para o sucessor de Bento XVI.

Assembleia do Bispos no Brasil

Para o encontro que reunirá todos os bispos do Brasil, em abril deste ano, Dom Damasceno explica que não haverá mudanças. “Creio que esse Conclave não passará de um mês, portanto, a assembleia não sofrerá alterações.

Fonte: Canção Nova

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