quarta-feira, 15 de maio de 2013

TER RELIGIÃO E SER RELIGIOSO


No meio da floresta um homem tocou sua flauta e executou mais de vinte melodias, sua esposa o acompanhou ao violino, nas mais de vinte melodias. Seus dois filhos cantaram, em dueto, as canções que eles tocavam. Na mesma floresta ouviu-se o canto dos pássaros, dos grilos, e os ruídos dos outros animais.
Uma criança perguntou: “- Por que os animais fazem sempre o mesmo ruído e cantam sempre a mesma canção, enquanto as pessoas têm um montão de canções para cantar e inventam, cada dia, novas canções?”- A menina tinha 9 anos.
Sua professora respondeu:- “ Os animais têm, cada qual, sua capacidade de sobreviver e aqueles sons os ajudam a se comunicar. Há milhões de anos eles não precisam mais do que isso. Os humanos descobriram muitas outras formas de comunicação e são muito mais criativos. Inventaram línguas, sons, melodias, sinais, imagens e tudo isso para dizer alguma coisa. Mas isso não quer dizer que eles sabe se comunicar direito, porque matam com muito maior ódio e com muito mais violência. De certa forma somos melhores que os animais, mas eles, com sua música de sempre, podem nos dar lições, a nós que somos super hiper criativos”.
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Então a professora explicou o que é ter uma religião. Ela nos leva a comunicar com Deus e sobre Deus, uns aos outros e sobre nós e sobre os outros. A religião se vale de músicas, palavras e sinais para expressar uma fé, uma crença, um sentimento. E os faz quase sempre de maneira coletiva. É um sonho, uma utopia, uma hipótese e uma realidade ao mesmo tempo.
Depois de explicar as quatro palavras explicou que muita gente usa mal todos esses valores e instrumentaliza a religião para roubar o fiel da outra e para garantir que eles sabem mais, têm mais acesso a Deus. Há quase sempre uma disputa para ver quem tem mais verdade no coração e quem chegou mais perto de Deus.
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A mesma menina quis saber como é que ela poderia ter uma religião e- mesmo assim ser boa!…Na frase estava implícita alguma experiência negativa com algum parente de fé agressiva que sempre via defeitos na família e na igreja dela.
E disse a professora- “Se um dia você encontrar a Deus e seu coração achar que achou, não duvide do outro que disse que também achou. Ele apenas pode não ter achado do mesmo jeito que você achou. Não saia dizendo que sua pedra preciosa é a única e que as outras não são pedras preciosas; ou que a sua flor é única e as outras não são flores. Pessoas inteligentes sentirão pena de você, e quererão saber onde você aprendeu a não pensar”…
O resto da aula foi gasto a refletir sobre o tema: “Eu penso em mim, nos meus pais e nos outros”!

Fonte: Santuário do Lima

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