terça-feira, 4 de outubro de 2011

EUROPA NÃO SE EXPLICA SEM O CRISTIANISMO


“O cristianismo é uma condição obrigatória para compreender com coerência a história e a atualidade dos nossos países.
Dom Salvatore Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, fez esta afirmação na última sexta-feira, em sua intervenção na Assembleia Plenária do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), realizada em Tirana (Albânia), de 29 de setembro a 2 de outubro.
Em seu discurso, o prelado recordou os dois sínodos dedicados à Europa: o de 1991 e o de 1999, do qual surgiu a exortação apostólica Ecclesia in Europa, de 2003.

“O que se debateu e se escreveu lá não pode ser esquecido”, afirmou, indicando que no texto se encontram “indicações valiosas para nós”.

O documento diz que, na Europa, “é necessário um anúncio renovado, inclusive para os batizados”. E o prelado recorda que, se Deus perdeu a centralidade que possuía, a consequência disso é que “o próprio homem perdeu seu lugar”.
“O grande desafio que nos espera no futuro é fazer entender que silenciar o desejo de Deus, arraigado no mais íntimo, não pode contribuir para a verdadeira autonomia do homem.”

Europa

Para o presidente do dicastério vaticano, na Europa está acontecendo “uma situação paradoxal evidente”. Neste sentido, recordou que, “na época em que esta vivia de valores compartilhados, possuía uma forte identidade, que a tornava facilmente reconhecível, apesar das fronteiras territoriais”.
“Nestes anos, no entanto, enquanto se eliminam as fronteiras e, portanto, se poderia favorecer um processo de unificação, assiste-se à multiplicação das diferenças e ao aumento dos extremismos”, continuou.
Segundo Dom Fisichella, isso ocorre porque “se pretende construir uma Europa independente do cristianismo e, em alguns casos, contra ele”.
“Inclusive – recordou – o cristianismo é uma condição obrigatória para compreender com coerência a história e a atualidade dos nossos países.”
Nova evangelização

A nova evangelização, declarou o prelado, não deve se reduzir “a uma fórmula”, mas expressar realmente “o desejo de colocar-se em caminho rumo a uma pastoral que se encarregue dos problemas que estão presentes na sociedade e, portanto, que afetam a comunidade cristã”.
“É uma oportunidade que se oferece para ler e interpretar o atual momento histórico e para tornar extraordinária uma atividade ordinária da Igreja.”

O que se deve evitar, advertiu, “é cair na armadilha da fragmentação típica da nossa época”, que satisfaz o momento, mas esquece da projeção.

Dom Fisichella citou a “Missão metrópole”, que na próxima Quaresma envolverá 12 dioceses europeias, “para oferecer um sinal à Europa de que a Igreja vive em unidade e que apresenta momentos concretos de atuação”. Compartilhando algumas iniciativas e a contemporaneidade do seu desenvolvimento, observou, pretende-se “dar à Europa um sinal real, que não pode passar inadvertido”.

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